O livro “A História da Mitologia Judaico-Cristã” recebeu elogios na coluna de Manoel Hygino dos Santos, no site do Jornal Hoje em Dia.
Confira a coluna:
Um livro valioso
Ao dedicar seu novo livro a Darwin, Sacha Calmon explica: “Com ele, o mito infantil da criação do homem, perfeito, acabado, adulto e sexuado, começou a ruir”.
Mas o autor não se cinge ao cientista inglês. Estende a homenagem “a Giordano Bruno, queimado vivo pelo Santo Ofício da Inquisição, por admitir novos mundos; a Galileu Galilei, preso igualmente pela Inquisição da Igreja de Roma por dizer que a Terra girava em torno do Sol, a destruir a fábula bíblica de que a Terra e o Éden estavam no centro do Universo”.
“A História da Mitologia Judaico-Cristã”, edição da Noeses, de São Paulo, com quase 700 páginas, demonstra que Sacha Calmon é mais do que “um jurista voltado ao mundo do Direito”, como ele mesmo se classifica. Aliás, é fato que já se sabia, pela leitura de artigos em revistas e jornais daqui a alhures. Ávido leitor de livros sobre História, Política, Física, Filosofia, Sociologia, Psicologia, Economia e Religião, organizou (ele enfatiza que é organizador) um livro que dá o que pensar pelo seu conteúdo e pelas ideias que expõe.
Procurador – Chefe da Procuradoria Fiscal do Estado de Minas Gerais, cargo que ocupou com brilho e competência, foi também juiz federal no Rio de Janeiro e em nosso Estado, exercendo a advocacia e o magistério universitário, sem desprezar a missão de jurisconsulto, de que é, entre nós, uma das maiores expressões. Em seu livro, consumiu 40 anos pelo menos de vida, mas ofereceu um trabalho que se insere, de vez, em sua já rica biografia.
O autor considera o seu trabalho “uma teoria sobre as religiões reveladas servida por uma antologia comentada de autores seletos”. É de conteúdo esclarecedor, lançando luzes sobre aspectos obscuros ou obscurecidos do tema – ou temas – focalizados, a partir do nascimento da Terra e o nascimento da Vida.
É propósito desafiador, mas Sacha Calmon soube enfrentar o desafio, com competência e conhecimento, fazendo assim que o leitor interessado se veja no dever de ter o volume à mão para eventuais e quase sempre frequentes consultas. Mas não quero, nem poderia, fazer hoje, num pequeno comentário, uma síntese suficiente de obra de tamanha envergadura e dimensão, inclusive física.
Ele examina Belém e Nazaré como prováveis lugares de nascimento de Jesus, mas admite que a segunda realmente lhe serviu de berço. Nazaré era uma pequena cidade da Galileia, que antes do acontecimento que marcou a história, não tivera qualquer celebridade. Mas recorrendo a Renan, Sacha Calmon descreve o que era aquele pedaço do mundo: “A população da Galileia era bem miscigenada, como o próprio nome indica. No tempo de Jesus, essa província romana contava, entre seus habitantes, com muitos não-judeus (fenícios, sírios, árabes e até gregos)”.
Jesus nasceu em lugar humilde e seu pai e sua mãe, José e Maria, eram remediados, artesãos que se davam a seu ofício, numa situação bem comum no Oriente, sem conforto nem miséria. A ausência do interesse pelas artes e pelo que contribui para a atração da vida material dá uma sensação de despojamento.
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