Nossas culturas

Somos herdeiros da civilização greco-romana e da religiosidade judaico-cristã, desde o dia em que nascemos.

Essas referências abrangem, certamente, toda a Europa e as Américas, seja anglófona ou latina, cujos falantes pensam em francês, espanhol e português. Entre nós, do novo mundo, além de genocídio dos índios as comunidades negras cultuavam os orixás…

O chamado mundo ocidental – em contraposição aos povos tidos por negros, malaios e amarelos – incorpora o Oriente Médio e a Turquia.

Neste espaço geográfico e linguisticamente diversificado, há lugar para o fundo do mar mediterrâneo (Israel, Síria, Líbano, Arabia Saudita) e todo o Norte do Continente africano: Tunísia, Argélia, Líbia e Marrocos, além do Irã (Pérsia).

Nesse espaço cultural nasceram as três religiões monoteístas (judaísmo, cristianismo e islamismo).

O judaísmo tem por Deus Javé. O Islamismo considera Deus, o único, Alah, sendo sagrado Maomé (Mohamed) seu “último profeta”, além dos elencados no “Velho testamento”. O cristianismo contém apenas os atos dos apóstolos e os quatro evangelhos, o de Marcos, Lucas, Mateus (sinóticos) e o de João. Por “Velho testamento,” a Torah judaica, nos é servida.

Então, não será nenhum exagero dizer que somente o cristianismo possui um Deus trino (Deus pai, (Javé), Deus filho e o Espírito Santo. O judaísmo só reconhece Javé. O Islamismo apenas reconhece Alah.

É, portanto, pela Trindade Teista, que o cristianismo diverge do judaísmo e do Islamismo, cujos deuses são abstratos, embora Javé se proclame o Deus de um só povo (o judaico) e o Islamismo se proclame universal (portador da verdade por última revelada a Maomé, o último profeta sem negar os anteriores).

Nesse ponto, há perplexidade porquanto após as revelações (sunas)  ditadas por Alah a Maomé, efetivamente cessaram os profetas, tanto no judaísmo como no cristianismo…

Sem tomar partido, o acima dito é um fato histórico, mas que em nada afetou o cristianismo e suas diversas seitas religiosas nem tampouco o judaísmo. Pode-se até dizer que assim é pelo fato de o Islamismo ser uma fé mais nova, apareceu cerca de 700 anos após o nascimento de nosso senhor Jesus Cristo. Javé é mais antigo. O egípcio Moisés foi o seu arauto.

Nesse ponto é indiscutível que Javé, o Deus pai dos judeus e cristãos e Alah, são um só e único Deus, diversas apenas as três religiões monoteístas (ante o todo-poderoso Deus, criador de todas as coisas).

Noutra visão somos todos herdeiros da enorme civilização greco-romana (a antiguidade civilizacional clássica do mundo ocidental). Aqui já não se cuida de religião, mas de sociologia, ética, filosofia e história.

Há duas explicações para o surgimento de Roma, na região do Lácio, embaixo da culta região dos etruscos, na Itália mediana. Uma, a de que era um valhacouto de bandidos, roubando mulheres sabinas para formar lares e filhos. Outra, que fora uma cidade iniciada por Eneas e parte da população de Tróia, destruída pela federação das cidades gregas em razão da ida da Rainha Helena para a referida cidade por amor…

Os gregos, que hoje nada significam, nos forneceram quase todas as sabedorias da antiguidade clássica e são nossos guias desde então, na filosofia, na ética e nos relatos do historiador Homero, sem o qual aqueles tempos muito anteriores a morte de nosso senhor Jesus Cristo nos seriam ocultados. (Claro que papiros do Egito relatos persas cooperam para o conhecimento do mundo greco-romano).

Do mundo greco-romano e judaico cristão, base do surgimento da história da antiguidade no ocidente quem não se lembra de Aristóteles e Platão? Sem falar em Sócrates, e seu copo de cicuta, a reverberar até hoje?

De Roma, o império que durou 900 anos, sem contestação, há pouco o que dizer (nossa língua é neolatina…).

A velha Inglaterra também foi invadida e dominada pelos romanos que a deixaram por livre e espontânea vontade, chamando-a de “pérfida Albion”. Lá os lordes (os senhores de terra) falavam uma mistura do dinamarquês do Rei Canuto e um falatório local, os padres o latim e o povo uma algaravia que tornou-se a língua inglesa, hoje dominante, até porque não tinha declinações. (Tanto o latim romano como as línguas germânicas são declináveis). Dizem que 60% das palavras inglesas derivam do dialeto normando (os homens do norte que se estabeleceram na França após o seu chefe casar-se com a filha do Rei da França e ganhar um condado, cuja região até hoje se chama “Normandia”). Normandos ou vikings são pessoas vindas da Escandinávia.

No ano mil os normandos da França invadiram e tomaram a chamada Grã-Bretanha (Bretanha ou a terra dos bretões) povo que habitou a Europa céltica, desde 5.000 anos antes de Cristo. Os chefiava Guilherme (o conquistador).

Os normandos, que já falavam francês, depuseram todos os senhores feudais de Susex, Ânglia e Escotia, mas não impuseram sua língua, além de deixar os padres falando latim nas missas. Com o tempo a passar, no ano 1300 DC, já havia o esboço do que é a língua goda mais simples e sem declinação, o inglês, hoje língua franca.

 

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