Farda de capelão

Bolsonaro continua um bonecão de carnaval de Olinda, grande e forte na fala, mas inútil na luta real contra o General Corona que corre solto pelos Brasis

O balanço aponta 11.436.189 pacientes recuperados da doença e 1.244.660 sob acompanhamento. O levantamento não inclui os dados do estado do Ceará, que não atualizou os números a tempo. São Paulo é o estado com mais mortes (77.165) e casos confirmados (2.532.047) de COVID-19. Minas Gerais é o segundo estado com mais casos (1.159.039) e o Rio de Janeiro é o segundo com mais óbitos (37.6931). Dois problemas assombram os brasileiros: o vírus é mutante e quem o teve pode voltar a ter…

Enquanto isso, Bolsonaro continua um bonecão de carnaval de Olinda, grande e forte na fala, mas inútil na luta real contra o General Corona que corre solto pelos Brasis. Em todo caso, encontrado em lugar hostil em meio à guerra, compra vacina “comunista”, da China, de quem fez piadinhas (é mesmo um ser estranho). E vê o Butantan do seu desafeto vacinando “seus” eleitores e vê-se obrigado a ligar para Putin em busca da Sputnik V. Mas ao mesmo tempo manda a Anvisa implicar com a vacina da Rússia que está se saindo muito bem dos surtos da COVID em seu imenso território. É realmente incrível. Nada melhor do que um dia depois do outro.

Responsável pelo modelo estatístico adotado pela Casa Branca, nos Estados Unidos, o médico Ali Mokdad faz um alerta: o Brasil pode ver uma piora da pandemia no inverno, chegando a 611 mil mortes até agosto e se tornando um dos países com mais mortes por habitantes no mundo, caso os governos, em particular o federal, continuem resistindo a adotar as recomendações de uso de máscaras, distanciamento e lockdown.

“Acabamos de finalizar uma nova estimativa que aponta 611 mil mortes no Brasil até agosto. O inverno deve piorar a situação. Por sorte, as vacinas têm se mostrado eficazes em reduzir as mortes, mas a vacinação está atrasada no país”, afirma o libanês-americano, chefe de estratégias para saúde pública do Institute for Health Metrics and Eva-1 (IHME), em Seattle.

Em um momento em que o Senado instaura uma CPI (comissão parlamentar de inquérito) para apurar as responsabilidades pela tragédia, incluindo supostas negativas para ofertas de vacinas e incentivos a tratamentos sem eficácia, Mokdad é enfático ao opinar sobre o papel do governo federal na escalada de mortes.

Segundo ele, dessas mais de 220 mil mortes adicionais com relação ao saldo de mais de mais de 390 mil vítimas, ao menos 63 mil podiam ser evitadas com decretos e outras medidas para estimular o uso de máscaras, o distanciamento e, na medida do possível, o isolamento social e o fechamento parcial de atividades, o chamado lockdown.

“Do lado do governo, foram muitas as vozes que não levaram a COVID-19 a sério e não deram o exemplo correto, e houve perda de tempo com um falso dilema entre salvar vidas ou salvar a economia. Isso vale principalmente para o presidente Jair Bolsonaro, cujo exemplo influencia muito as pessoas, da mesma maneira que aconteceu nos Estados Unidos sob a liderança de Donald Trump.” “Muitas das mortes poderiam ter sido evitadas caso o presidente tivesse outra atitude. Infelizmente, ele minimizou a doença, não usou máscaras e causou aglomerações. Em retrospecto, se fosse um presidente diferente aplicando políticas diferentes, o país teria uma situação bem melhor. É simples assim”, complementa Mokdad.

Não se trata aqui de oposição, mas de registrar para a posteridade o que se passou no Brasil, sob a desastrada presidência do sr. Jair Bolsonaro.

Como dizia Ulisses Guimarães, as nações não somem pelos ralos, mas certamente há lugar nos esgotos deste mundo para certas personalidades que fazem por desprezar a vida humana mormente quando devia lutar por elas.

Não se trata de chamar o povo de medroso, incitá-lo a enfrentar o problema de frente e deixar de ser “maricas”. Trata-se, ao fim e ao cabo, de um comandante que não planejou as batalhas de uma guerra em que a autoridade máxima fez questão de destituir-se de suas responsabilidades, acusando injustamente prefeitos e governadores, pela dramática situação humanitária do Brasil.

Aliás – por razões diversas – duas nações estavam fadadas a contar mortes aos montões: Brasil e Índia. Aqui descompromisso e desdém, lá desigualdade social, pobreza e uma população de um bilhão e duzentos milhões de habitantes, a maioria das castas inferiores, mormente a última delas, a dos “dalites”, ou seja, a maioria, resquício da esperteza dos persas que instituíram as tais “castas” e a “teoria da reencarnação”, para dominar os nascentes impérios ao longo do rio indo, a correr do Oeste para o Leste, uma tragédia que ainda fará muito mal ao povo hindu, que acredita e aceita religiosamente essas idiotices, a mostrar que religião e opressão muitas vezes se dão as mãos em favor de “supostos teólogos” ou sacerdotes, “intérpretes” de Deus ou deuses, conforme seja a cultura do lugar.

A história se passa no tempo, mas seus registros são indeléveis, em razão da cultura, que tudo registra.

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