Balanço geral: política e esporte

Um país como o nosso ainda vai tornar-se a quinta maior potência do mundo.

A Olimpíada chegou ao fim. A bela goleira americana – que, aliás, nas horas vagas faz vídeos eróticos – deu de escrever um manual de prevenção contra a zica, fruto da desinformação e dos exageros da imprensa norte-americana e, residualmente, da inglesa. Foi vaiada sem culpa. Quis ajudar.

politica-e-esporteNada do que previram aconteceu, muito pelo contrário, o que os deixaram muito desacreditados perante os seus leitores. Calcula-se uma abstenção de 20% de estrangeiros que não vieram, alarmados com o catastrofismo. Quem veio gostou, espantou-se com a organização, as instalações, a gastronomia, a segurança, a beleza do Rio e a alegre hospitalidade dos brasileiros. Houve senões, é claro, e onde não os há em evento tão complexo? Faltou comida e água, a tempo e à hora no centro olímpico da Barra; os quatro locais dos Jogos eram muitos distantes uns dos outros; uma piscina esverdeou etc. Os vexames ficaram por conta de uns poucos americanos, irlandeses e australianos. O chefe do comitê olímpico da Irlanda foi preso pela polícia quando preparava sua fuga com a cumplicidade da esposa. Estava vendendo e embolsando dinheiro de ingressos do COI. Pior, faz parte do Comitê da Olimpíada. Se investigar vai se ver que é igual à Fifa, um valhacouto de ladrões.

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro suspendeu a decisão do Juizado do Torcedor, fixando em R$ 35 mil a multa para findar o processo contra o Feigen, outro nadador americano mentiroso, por falsa notícia de crime, que então fugiu do Brasil. Nos EUA o mesmo crime dá cana de dois anos e meio. Juíza leniente e desatualizada essa do Juizado. Tinha que prender, condenar e mandá-lo para o xilindró, como no país dele.

Nove atletas australianos tiveram os passaportes retidos pela polícia; adulteraram seus documentos olímpicos para entrar sem pagar no jogo de basquete entre Sérvia e Austrália. O crime é punido com prisão (uso de documentos falsos). Mas, no meio da madrugada, o Juizado do Torcedor, outra vez, fixou multa de R$ 10 mil – deveria ser de R$ 100 mil, pelo menos –, ao argumento de que era “um incidente menor com documentos restritos aos Jogos”. É por isso que os transgressores fazem o que querem em nosso país. Nossa Justiça precisa de reforma. Leva o ilícito como coisa de somenos. Tem que ser inclemente e eficaz.

Mas que vergonha, hein Lochte?! (Agora o maior nadador americano.) Quem diria, além de metido como o saltador com vara francês, e aqui cessa a comparação, é sem-caráter, mentiroso e tem medo de mulher. Preferiu culpar um país a assumir o que fez, com o apoio, aliás, de mais três conterrâneos, igualmente destituídos de decência. Isso aos 31 anos de idade.

Causou-me espanto não enxergar um indiano sequer (população de 1,252 bilhão) e a Rússia, que ficou em quarto lugar com apenas a metade de sua delegação ou até menos.

Fizemos a mais bela abertura de Olimpíada, desde que os gregos a inventaram, sob os auspícios de Zeus. E a cerimônia de encerramento foi uma festa, todo mundo dançando e certamente querendo ficar mais tempo.

Foi auspicioso para nós. No mundo, mais de quatro bilhões de pessoas viram mais de uma vez nossa terra, os equipamentos olímpicos e o Rio de Janeiro; mas insisto em dizer que o prioritário para o nosso povo é a olimpíada do saber, da saúde, do emprego, da segurança, das reformas da Previdência e da CLT, da tributação e do gasto público. Gastamos muito neste evento de curta duração. Nossas lágrimas, agora, cairão, como na canção do Orfeu negro, na quarta-feira após o carnaval.

Quanto a Dilma, os Jogos ocultaram o seu penúltimo ato político: uma carta absurda, maluca e inconstitucional. Tomara que o mundo ponha os olhos no impeachment, o mais longo de quantos aconteceram aqui ou nos EUA, para não duvidar da seriedade com que agimos para remover, a bem da nação, uma presidente inepta e, por sinal, mentirosa. Está na memória o último processo eleitoral. Se mentiu antes, por que não mentiria agora? Quando todas as delações se completarem, teremos o retrato de seu caráter insincero e arrogante. A diferença é que o americano pediu desculpas, enquanto ela insiste em negar suas falcatruas contábeis e éticas. Vai entrar para a história como uma farsante, jamais como uma ex-presidente correta.

O dia do golpe final aproxima-se célere, no Senado Federal, presidido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, às claras, com as instituições democráticas funcionando, como sói acontecer numa país que se preza. Finalmente, podemos nos comparar com o mundo. Não somos nem melhores nem piores, somos diferentes e mais felizes, apesar da situação atual. Mas a tempestade vai passar. Um país como o nosso ainda vai tornar-se, na certa, a quinta maior potência do mundo (EUA, China, Japão, Alemanha e Brasil). Nos seguirão pela ordem Índia, Inglaterra, já separada da Escócia, e Rússia. Nos Jogos, ficamos em 13º lugar. Mas foram mais de 200 nações.

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