Nunca vi Ministério Público vetar ato de presidente da República esclarecendo a população sobre os privilégios do serviço público. Hipocrisia!
Ano novo não significa nada. Continua o fluxo do tempo, um dia atrás do outro. É pretexto para uma espécie de catarse coletiva (um grande “banho de arruda”), depois de bebedeiras homéricas. Continua tudo como antes no quartel de Abrantes, para relembrar a nossa origem portuguesa, um pequeno país que conquistou o Oriente antes que qualquer outro da Europa (por possuir a tecnologia transoceânica de navegação), a gerar um país gigantesco e populoso como o Brasil, apesar de sua pequena população.
A elite portuguesa que aqui se instalou viveu à la godaça à custa dos frutos da terra brasilis e muitos escravos. Primeiro foram os índios e caboclos aprisionados pelos bandeirantes de São Paulo e pelas entradas de baianos e pernambucanos. Depois vieram os africanos. Os proprietários de navios negreiros lucravam muito com o tráfico de seres humanos, em prol dos senhores de terras, que juntos com dom Pedro II governavam o país – e eram contra a industrialização, o que nos atrasou um século (o Barão de Mauá que o diga, tal a má vontade da Corte e a resistência da elite agrarista, forte até o fim da Primeira República, em 1930). Nos EUA, eles foram varridos a bala na Guerra da Secessão, no século 19, precocemente, como convinha.
Deslembrando o que já se passou, cabe falar do que se passou desde 31 de dezembro com o país já fora da recessão trienal petista, que jogou 36 milhões de pessoas de volta à linha da pobreza. À frente temos o julgamento de Lula em 2ª Instância e sua iminente prisão, conforme jurisprudência recente do STF, após a confirmação da sentença da 1ª Instância, e Temer exigindo em fevereiro a reforma da Previdência e fazer o país crescer ao menos 3% em 2018 (tem potencial para tanto), com baixa inflação e juros semicivilizados. De outro lado, o execrável petismo socialista (regime que só existe hoje no Coreia do Norte e em Cuba, miseráveis e agressivos), a fazer de um tudo para atrapalhar a nação: passeatas, greves, MST, invasões de terras, obstrução de estradas, et caterva, para salvar Lula e evitar a reforma previdenciária, que reformará o Brasil.
Acho Temer paciente demais. Nunca o vi xingando alguém ou agressivo. Está na hora de reagir com força e violência iguais às que o MST e os lulistas empregam em suas “manifestações”. Está na hora de enquadrar a baderna do PT na Lei de Segurança Nacional.
A reforma da Previdência vai transformar o Brasil e o trará do século 18 para o século 21. O país está na mesma situação que ocasionou a Revolução Francesa. De um lado o rei (agora o presidente), seu Parlamento pleno de aristocratas, seus juízes e seus funcionários (a burocracia estatal). Seus membros ganham muito bem e são pagos pelo Estado/nação. Ao se aposentarem, continuam a ganhar a mesma remuneração da ativa. Quando se aumenta o vencimento dos funcionários públicos da ativa, os inativos também são aumentados. Ultimamente, para contornar esse “direito adquirido” indecente, deram de inventar penduricalhos. São as tais verbas que acrescem a remuneração legal de dezenas de carreiras, nos três poderes da Federação: auxílio-creche, auxílio-livro, auxílio-paletó, verba de representação etc., uma pouca vergonha jamais vista, a colidir diretamente com a Constituição de 1988 que proibira essas vantagens.
A reforma da Previdência é como uma luta armada. É a luta da burocracia estatal da União, dos estados e dos municípios e autarquias contra os empregadores e empregados do setor privado, a maior e mais produtiva parcela da população economicamente ativa (PEA), que, ao se aposentar, bate no teto de R$ 5.645,80 o regime geral da Previdência, ou seja, dos que não são funcionários, o pessoal da geral. É exatamente o oposto do que ocorre com o setor público, que não tem teto. A injustiça e a desigualdade são evidentíssimas.
A burocracia estatal ou os marajás da República já fizeram Getúlio cometer suicídio e depuseram dois presidentes – Collor, que os enfrentava na ocasião (não agora), e Dilma, tal a sua inaptidão. Quanto a parar o país caso Lula seja preso, apenas reforça a percepção de que o Brasil é um país de cangaceiros idiotas.
E nesse contexto que se compreende a audácia da Sra. Dodge, procuradora-geral da República, ao tentar proibir a publicidade do governo Temer em favor da reforma da Previdência, com argumentos de cabo de esquadra. Ela mesma, uma privilegiada, às vésperas da aposentadoria, não quer se prejudicar e não lhe bastam as regras de transição. Portanto, não quis que o povo fosse esclarecido. Quem diria! Por essa não se esperava. Nunca vi Ministério Público vetar ato de presidente da República esclarecendo a população sobre os privilégios do serviço público. Hipocrisia!
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