Victor Rezende, Arthur Cagliari e Gabriel Roca fazem um retrospecto do 3º mandato de Lula. O mercado tem se surpreendido com a resiliência da atividade econômica e, aos poucos, essa dinâmica já começa a se refletir nos preços dos ativos. A economia emitiu novo sinal de firmeza com o desempenho acima do esperado das vendas no varejo que se soma a resultados mais fortes do setor de serviços e do mercado de trabalho. Como consequência, a percepção de que os juros podem demorar mais para cair foi reforçada, o que tem ajudado a sustentar o câmbio no momento em que o dólar se mantém abaixo de R$ 5.
Há, um otimismo crescente com o desempenho do câmbio, em particular. Desde o início de maio, diversas instituições financeiras passaram a projetar o dólar mais baixo no fim do ano, embora o nível de R$ 5 permaneça presente nas expectativas. O dólar vem se mantendo abaixo desse patamar. O real foi apoiado pelo desempenho do varejo e pela perspectiva de que o processo de redução dos juros será bem gradual. A chance de os cortes terem início em agosto caiu nos últimos dias e deu lugar a setembro nas apostas para o começo da flexibilização. A taxa do DI para janeiro de 2025 ficou praticamente estável, ao passar de 11,73% para 11,72%. Bom para quem tem dinheiro na renda fixa, como tenho lido.
Parte do otimismo se consolidou desde que o governo revelou a proposta de arcabouço fiscal, o que ajudou a retirar cenários mais negativos dos preços dos ativos. “O mercado chegou a projetar uma dívida de 95% do PIB e agora vemos algo em torno de 80%, a dívida não explode e não sai de controle.
Economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato Barbosa, passou a contemplar o dólar a R$5 no fim do ano. O responsável pela área de macroeconomia da Vinci Partners, José Carlos Carvalho, diz ver espaço para que a dinâmica de um câmbio mais apreciado tenha continuidade, com o dólar negociado entre R$ 4,80 e R$ 5. “Meu viés é mais positivo. Pode ser que, no segundo semestre, tenhamos um mecanismo de retroalimentação, em que o dólar cai porque a balança comercial está bem, o que ajuda a conter a inflação e, assim, o juro pode cair um pouco mais. Isso ajudaria a atividade e geraria animação nos mercados”. Embora aponte que a parte da inflação que depende do câmbio seja mais volátil, Carvalho vê espaço para que, em agosto, o Banco Central comece a reduzir os juros, mesmo que de forma bastante gradual, com cortes de 0,25 ponto. A taxa Selic está em 13,75% ao ano, um absurdo.
“Estamos crescendo mais que o esperado, o mercado esperava coisas erradas. E o motivo do crescimento vem, principalmente, do lado da oferta. Não acho que seja inflacionário este momento”, ele diz!
Na visão do estrategista-chefe para mercados emergentes do Deutsche Bank, Dráusio Giacomelli, uma economia mais forte pode ajudar a reduzir os embates entre o governo e o BC. “Se o Brasil estiver crescendo, a pressão política sobre o BC diminui, além da pressão para adotar alguma política heterodoxa. Se a economia cresce, não precisa colocar tanto a culpa nos juros.” Eu diria apesar dos juros… “Hoje o banco tem posições vendidas em dólar/real, com o alvo de R$ 4,80. Giacomelli diz ver margem para valorização adicional, dependendo da economia dos EUA e de questões domésticas. “O nível de R$ 4,80 ainda é, pois, cogitado. Distante do pré-covid, então, não tem tanta resistência técnica para o câmbio apreciar mais”.
“A resistência maior para o real é doméstica. Seria bom que o governo fosse além do arcabouço fiscal, porque só isso não basta” diz, sem razão a oposição…!
De acordo com Sergio Silva, sócio e cogestor macro da Tenax Capital, a gestora tem posições compradas em real e, no mercado de juros, a aposta está em posições aplicadas (que ganham com a queda das taxas) em prazos intermediários. A casa passou a estudar recentemente apostas nos juros reais. Silva ressalta, porém, que a redação final do texto e o sucesso do governo em conseguir executar a arrecadação prevista devem ser determinantes para a manutenção das posições construtivas.
O fato de o Brasil crescer mais no momento, com os juros altos é obviamente bom para o real e para a população mais pobre. Por isso mesmo à Presidência da República bem como líderes empresariais querem a redução dos juros básicos da economia, hoje estacionados em 13.75% para uma inflação três vezes menor. É um disparate que esse jovem “Bob Fields” acha normal. Prefiro ficar com outros economistas quando dizem vir a inflação dos “serviços” (não estão nem aí para o BC).
Cícero, orador no “Senatus” romano perguntava “Quosque tande Catalina abutere patientia nostra”? É precisamente o caso. Até quando Roberto Campos Neto, abusarás da nossa paciência? O pior é que o presidente do BC tem mandato que inclui 2014. O presidente do nosso Banco Central faz ouvidos moucos para o crescimento da economia. Quer pará-la… Ele reza para um Deus que ele próprio criou, ou seja, inflação de 3%. (Nível norte-americano) pode?
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