A atitude do presidente Michel Temer de abrir o seu governo para o sucessor mostra-se fundamental. Permitirá que o novo presidente comece produzindo já no seu primeiro dia de trabalho.
O presidente Michel Temer foi ágil na adoção de medidas para mitigar os efeitos causados pelo rompimento unilateral e desleal por parte de Cuba do programa Mais Médicos. A decisão foi tomada em reação às declarações dadas pelo presidente Jair Bolsonaro, consideradas “ameaçadoras e depreciativas”, que indicavam uma eventual revisão dos termos do programa a partir de sua posse, em janeiro/2019 (claro, as maracutaias seriam descobertas).
A súbita decisão do governo cubano deixou desassistidos milhares de brasileiros em áreas carentes de profissionais de saúde em todo o país. O Ministério da Saúde, então, abriu edital para o programa Mais Médicos. Foram abertas 8.517 vagas para atuação em 2.824 municípios e 34 distritos sanitários especiais indígenas (Dsei).
Em três dias, inscreveram-se 19.994 médicos com registro profissional emitido pelos conselhos regionais de Medicina ou com diplomas de universidades estrangeiras revalidados no país. Do total, 13.341 inscrições foram efetivadas e 7.154 médicos já foram selecionados, afirmou o ministro da Saúde, Gilberto Occhi.
O rápido preenchimento de 84% das vagas abertas após a saída dos médicos cubanos deixa claro que há médicos no país em quantidade suficiente para atender a população e com disposição para tal, haja vista a alta procura por vagas, decepcionando o PT, que esperava a criação de um caos absoluto.
A razão pela qual a presidente cassada Dilma Rousseff recorreu aos profissionais estrangeiros, há cinco anos, no lançamento do programa, ficou ainda mais clara após a revelação da correspondência diplomática trocada entre Havana e Brasília. Enquanto dissimulava uma “resposta” governamental aos anseios da sociedade, que foi às ruas em junho de 2013 clamar por melhores serviços públicos, na verdade, a ex-presidente urdia com o governo cubano os termos de um plano engendrado por Havana para obter mais financiamento para a anacrônica ditadura de Fidel Castro. Lula ansiava ser um líder continental na América do Sul. Andou distribuindo dinheiro na Nicarágua, Bolívia, Venezuela e Cuba, haja vista o Porto de Mariel. Enquanto penávamos a falta de aeroportos, estradas e portos. É um criminoso que merece ficar preso o resto da vida pelo crime de lesa-pátria.
De quebra, o interesse de muitas prefeituras atendidas pelo programa Mais Médicos em receber os estrangeiros. Serviu para demitir médicos brasileiros que antes faziam parte de suas próprias folhas de pagamento. A remuneração dos profissionais do programa Mais Médicos é feita com verba do orçamento do Ministério da Saúde. No caso dos médicos cubanos, o ministério repassava os recursos à Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e 70% ao governo de Fidel. Maravilha, com os municípios fornecendo apenas auxílio-alimentação e auxílio-moradia, quando cabível.
Por meio de sua conta no Twitter, Temer afirmou que a pronta ação do Ministério da Saúde para preenchimento de 84% das vagas abertas “comprova a eficiência do governo em solucionar a questão”. É dever do Estado agir prontamente, como foi o caso. Aliás, Temer deixará engatilhado, já com edital publicado em novembro, um pacote de concessões, facilitando o governo de Jair Bolsonaro, para que possa fazer leilões até março de 2019: 12 terminais de aeroportos, trecho de 1.537 quilômetros da Ferrovia Norte-Sul e, nos portos, quatro terminais. Poderá arrecadar R$ 1,5 bilhão, com previsão de gerar R$ 6,4 bilhões de investimentos, além da criação de milhares de empregos. O Palácio do Planalto dá apoio à equipe de transição da próxima administração. Está recebendo todas as informações necessárias, desde o estágio atual das contas públicas até as obras paradas ou em andamento. Assim como FHC fez com Lula da Silva, em 2002 – infelizmente, o ex-presidente petista, hoje presidiário, desuniu o país, com o seu odioso “nós contra eles”.
Pouco se tem observado sobre a transição, embora ela seja tema diário nos noticiários. A atitude do presidente Michel Temer de abrir o seu governo para o sucessor mostra-se fundamental. Permitirá que o novo presidente comece produzindo já no seu primeiro dia de trabalho. É inegável que o presidente deixa significativo legado. Ao assumir, fez questão de dizer que não concorreria à reeleição. Com medidas impopulares, corrigiu descalabros petistas. E teve seu governo tumultuado por denúncias que o atingiram pessoalmente, além de ser vítima da irracional campanha que até hoje insiste em classificar o impeachment de “golpe” (tal como a de que o ex-presidente está preso sem provas). Temer entregará o governo em melhores condições do que recebeu.
Ao passar a casa em ordem e alertar o sucessor sobre os problemas existentes, conclui Temer missão a que foi chamado extraordinariamente a cumprir. Quando a poeira da história baixar, seu período de governo será reconhecido como de um estadista e restaurador do país, que pegou na mais aguda crise enfrentada pelos brasileiros. Salve, Temer!
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