Bolsonaro entrou na campanha presidencial para aparecer e, despreparado, ganhou no susto, sem equipe, alianças e projetos, salvo o manjado discurso contra a corrupção, o mesmo do senador Collor de Melo
Um dos parâmetros para aferir o desempenho de um presidente, algo que interessa ao bem-estar de 220 milhões de habitantes, caso do Brasil, é verificar o cumprimento das promessas feitas em campanha. Quão seria exagerado dizer que o mandatário eleito propõe aos eleitores as cláusulas de um contrato político-administrativo, que deve ser cumprido à risca, sob pena de se configurar como um estelionatário político.
Os especialistas afirmam que as promessas do presidente Jair Bolsonaro não foram cumpridas – já passado 25 meses de sua gestão – e ao que tudo indica não o serão, porquanto desviantes de seu perfil político e de suas preferências ideológicas, de resto defasadas da época atual.
Sim, defasadas, pois no século 21 inexiste disputa sobre sistemas de produção, ou seja, entre os modos de produzir bens e serviços de forma capitalista ou socialista.
Hoje, é consensual que o capitalismo é o mais eficaz modo de produzir. O capitalismo foi adotado pelo mundo inteiro, exceto Cuba e Coreia do Norte, tanto que a Rússia, com seus oligarcas, herdeiros da infraestrutura governamental, e a China, a superpotência emergente, expressamente o praticam.
Na Rússia, a produção de maçãs cresceu 60%, base da sua dieta, e seus oleodutos de gás e petróleo garantem a segurança energética da Europa. Seu poderio em mísseis e tecnologia militar a colocam a salvo dos EUA. Haja vista a tentativa de cercá-la, usando-se a Ucrânia, hoje no ostracismo. A Rússia, em 24 horas, retornou à Crimeia no Mar Negro (90% são russos!).
E a China está na vanguarda da tecnologia 5G. Isso “a Globo não diz e vocês não sabem”. Como diz a equipe de hackers comandada por Carlos Bolsonaro, sediada em palácio, cerca de 150 em atuação direta nas redes sociais, segundo os boatos brasilienses.
Segundo José Carlos Saraiva da Costa, sediado em Belo Horizonte, o presidente Jair Bolsonaro, em conduta diversa da de Juscelino, o último presidente da República mineiro, não cumpriu nem metade do que prometeu fazer. Vamos ouvi-lo: “Durante a sua campanha eleitoral para presidente, em 2018, Jair Bolsonaro fez várias promessas, mas não cumpriu nem a metade. Bolsonaro disse que iria acabar com a reeleição e diminuir a quantidade de parlamentares. Estabeleceu que o número máximo de ministérios seria 15. Afirmou que o déficit público seria eliminado em 2020. Desonerar a folha de pagamento e diminuir a carga tributária seriam metas perseguidas pela equipe econômica. Prometeu privatizar, vender propriedades imobiliárias para reduzir a dívida. Iria fazer uma alíquota única de 20% para o Imposto de Renda, com isenção até cinco salários mínimos. Prometeu muitas outras coisas, mas não as cumpriu durante os dois primeiros anos de mandato. A sua falta de habilidade para negociar com os parlamentares é espantosa. A COVID-19 não poderá ser a culpada, pois, segundo Bolsonaro, não passa de uma gripezinha…”.
Está na hora de os brasileiros descobrirem – e o fazem aos montes, todos os dias – que Bolsonaro é um impostor, sobresser um péssimo e grosseiro presidente, como jamais tivemos.
É diferente e pior que Getúlio Vargas, Eurico Gaspar Dutra, Jânio Quadros, Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso, Michel Temer e até do que Dilma Rousseff, sem falar nos presidentes eleitos indiretamente pelo Congresso Nacional, ao tempo da ditadura que se seguiu à derrubada à força do presidente eleito, João Goulart, quais sejam, Castelo Branco, Costa e Silva, Emilio Garrastazu Medici, Ernesto Geisel e João Figueiredo.
Agora, ofende a boa prática da tripartição dos poderes da República e mete o bedelho na escolha interna do parlamento (Senado e Câmara dos Deputados) usando suas gírias, tiradas do carioquês.
O país se ressente de um presidente que na sala de um aeroporto manda a imprensa para a (impublicável) que a pariu!
É algo espantoso. Nem se diga que é coisa de militar. Ele foi expelido do Exército ainda tenente e, por isso, ganhou a patente de capitão paraquedista. Acabou vindo de parapente para a Presidência, depois de 28 anos medíocres no Poder Legislativo.
Nunca trabalhou na vida, primário em grupo municipal, secundário em escola pública, depois a Academia Militar de São Paulo, deputado estadual e finalmente deputado federal, por duas décadas e oito anos (inexpressivo). Ganhou a Presidência no grito, xingando e dando pinta de renovação…
Hoje é o patrono do “centrão”, tido e havido como a parte negocista do Legislativo federal.
Entrou na campanha presidencial para aparecer e, despreparado, ganhou no susto, sem equipe, alianças e projetos, salvo o manjado discurso contra a corrupção, o mesmo do senador Collor de Melo. É disso que a classe média gosta…
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