Para José Roberto Vieira, jurista e poeta que muito me honra com sua amizade, a data que há pouco comemoramos faz sentido. “A palavra “páscoa” tem origem no hebraico “pasach” (JOSÉ PEDRO MACHADO) ou “pesah” (FRANCISCO DA SILVEIRA BUENO), com o sentido de “passagem”, comemorando, na esfera do Antigo Testamento, a passagem dos hebreus do Egito para a liberdade, sob a liderança de Moisés; e, no âmbito do Novo Testamento, celebrando a passagem da escravidão do pecado e da morte para a liberdade da perspectiva de outra vida, sob o exemplo e a inspiração de Jesus, que culmina com a ressurreição, no Domingo de Páscoa”.
“A ideia de passagem, travessia, viagem, exprime muito bem nossa experiência no mundo. “Nós somos todos peregrinos nesta terra: caminhamos sempre…”, diz São BENEDITO JOSÉ LABRE, o santo francês do século XVIII que foi o padroeiro dos peregrinos. E acrescenta “ANTONIO MACHADO, o inspirado poeta espanhol de Sevilla: “…caminante, no hay camino, se hace camino al andar… Todo pasa y todo queda, pero lo nuestro es pasar, pasar haciendo caminos…” E completa com precisão HELENA KOLODY, a superior poetisa paranaense: “Estou sempre em viagem. O Mundo é a paisagem que me atinge de passagem”.”
“Há um sentido profundo na superficialidade das coisas, uma ordem inalterável no caos aparente dos mundos. Vibra um trabalho silencioso e incessante dentro da imobilidade das plantas: No crescer das raízes, no desabrochar das flores, no sazonar dos frutos. Há um aperfeiçoamento invisível dentro do silêncio de nosso Eu: Nos sentimentos que florescem, nas ideias que voam, nas mágoas que sangram. Uma folha morta não cai inutilmente. A lágrima não rola em vão. Uma invisível mão misericordiosa suaviza a queda da folha, enxuga o pranto da face” …
Será mesmo? Se me é permitido dizer jamais houve escravidão de palestinos, em geral, no Egito, mas uma ida espontânea desses para as beiras do Nilo oriental, em razão de duradoura seca e lá ficaram.
Historiadores judeus como Neil Silberman e Israel Fleskestein apontam com fortes evidências para essa visão histórica fortemente descrita em textos extrabíblicos. Um desses historiadores é o curador do legado histórico em Bruxelas.
Depois, houve a expulsão dos hicsos do Egito pelo Faraó, o chamado êxodo.
Nosso senhor Jesus Cristo vem de outra tradição, a eucaristia, que é a comunhão dos fiéis com o corpo e o sangue de Cristo, morto na cruz.
A expulsão dos hicsos é conhecida pelos estudiosos, entre eles Neil Silberman e Israel Fleskestein, como uma volta forçada dos palestinos, entre eles os israelitas de Avaris às margens do Nilo, mas bem distante da capital do Egito antigo, onde reinava o Faraó. Todas as fontes históricas mostram que os palestinos, entre eles os judeus e israelitas, viveram no Egito, mas não com os egípcios…
O Egito, é preciso dizer, era há quatro mil anos, o que é hoje, um enorme deserto, onde o verde ocorre nas margens do Nilo fértil, mormente no seu delta, onde se concentra a maior parte de sua população. Na época tinha seis braços, hoje apenas dois. O chamado êxodus (êxodo) do Egito de volta à região da Palestina, é evidência que não interessava ao Faraó uma população estranha nas margens do Nilo. Moisés era um egípcio exilado por homicídio que criou laços com parte dos exilados, os filhos de Israel. É o fundador de um Estado, até então inexistente, vez que Abraão foi o guia para a Palestina de gente semítica que habitava o delta da Mesopotâmia.
Ur é a mais velha capital dos povos da Mesopotâmia, a região percorrida pelos rios Tigre e Eufrates que desembocam lá pelos lados do golfo da Pérsia. Esses povos passaram a ser conhecidos por semitas basicamente caldeus (de Ur na Caldéia). Desse ramo étnico tem-se Babilônios, Fenícios Egípcios, Assírios, Sírios, Libaneses e Palestinos de um modo geral e entre eles os filhos de Abraão, que vivia justamente em Harã e de lá saiu com seus rebanhos em busca de pastagens, indo até Salem, onde foi recebido pelo rei da cidade, aliás bem recebido, indo habitar em dado lugar, como, de resto, está na bíblia (Genesis 18.19). “Melquisedeque, rei de Salém trouxe pão e vinho, era sacerdote do Deus altíssimo, abençoou ele a Abrão e disse: bendito seja Abrão pelo deus altíssimo que possui céus e terras” …
Para terminar é preciso dizer que o “Velho Testamento” não é um livro cristão, mas a apropriação da Torá Judaica, anterior aos tempos de Jesus, pela doutrina da cristandade crescente. Há uma diferença completa entre o chamado “novo testamento” tendo como figura central Jesus Cristo (cristianismo) e o “velho testamento” que nada mais é, com adulterações, que o livro sagrado dos judeus, a Torah. As linguagens de Javé e as prédicas de Jesus são incompatíveis, a principal é que o Deus cristão é universal e o Deus judaico Javé é de um só povo que aniquila outros em prol do “seu escolhido”. Jesus morreu, mas ressuscitou, é filho do Pai eterno.
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