Agora vem a lume que no Sul e no Sudeste não tem votos para Lula. Mas não tem também no Nordeste. E quem nos mostra isso é a sua turnê pela região.
Sai para logo a segunda condenação de Lula (sítio de Atibaia), onde sua majestade esteve 220 vezes ou então a do Instituto Lula e da conta da Odebrecht (R$ 300 milhões à disposição, segundo Pallocci, Marcelo e Emílio). O sítio está em nome do testa de ferro Suassuna. Certa feita, telefonou para Lulinha e lhepediu para dar uma festinha. Enquanto isso, entre a louca esperança de escapar das leis e das sentenças, o indômito prócer petista percorreu o Nordeste em busca de apoio e prestígio, investindo contra moinhos de vento.
Mas o povão se deu conta de que foi enganado. Em Salvador, o grande comício não reuniu nem mil pessoas. Em Fortaleza, foi pior ainda. Pelos interiores, entre 60 a 70 gatos pingados seguiam o seu ônibus mambembe ao chegar às cidades. E o sentimento no peito? Aquele arrocho no coração? E a dor do desprestígio? A certeza de que foi já desnudada a sua personalidade? Honesto? É esperar sentado. Sincero? Nem pensar. Alguém de sua própria caravana, danado com tantos xingamentos de baixo calão, gravou-o menosprezando o povo, se negando a apertar as mãos sujas daquela gente…
O ídolo de pés de barro finalmente se revela à nação estarrecida com a sua própria estupidez de ter votado nele e o elogiado. O coronelzão dos sindicatos matreiros do ABC, com seus mensalões, de um lado, as propinas, de outro, e ainda, os programas demagógicos e popularescos, virou um ser mitológico. Só mesmo no Brasil. Não fez as reformas estruturais necessárias. Não fez os investimentos devidos. Gastou nosso dinheiro improdutivamente, emitiu títulos da dívida pública, a aumentou e entregou o país àquela incompetente, que nem falar sabia e que acabou de desgraçar a nação.
Agora vem a lume que no Sul e no Sudeste não tem votos para Lula. Mas não tem também no Nordeste. E quem nos mostra isso é a sua turnê pela região. Enquanto isso, mais e mais prefeitos estão saindo do PT, a militância se distancia e até alas partidárias, como a de Boulos (sem-terra) e a de Tasso Genro sequer querem a candidatura de Lula. Um grupo de intelectuais, à moda dos soviets, quer fazer autocrítica e refundar o partido. Toleimas, quando as coisas desandam não há santo que dê jeito, como se diz em Garanhuns, terra natal do candidato. O rombo nas contas públicas, provocado pela recaída de Lula na velha política econômica do PT e radicalizada por Dilma, é tão grande que o governo Temer está obrigado a fazer um enorme esforço para fechar as contas em 2017 ainda com um deficit nas alturas (R$ 159 bilhões).
As rádios estiveram ativas há semanas. A derrota do projeto político do PT está registrada nas conclusões de pesquisa qualitativa de fonte insuspeita — Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT —, realizada junto a um público representativo, na periferia da cidade de São Paulo: ex-eleitores do PT que já não tinham votado em Dilma, em 2014, tampouco em Fernando Haddad, no pleito municipal de 2016, todos na faixa entre dois e cinco salários mínimos, beneficiários e ex-beneficiários de programas sociais.
A perda de substância eleitoral do partido ficara exposta na derrota em 2016. A pesquisa ajuda a entender a razão do divórcio desse público, morador numa região considerada durante algum tempo cativa do PT, mas que, no ano passado, votou no tucano João Doria, um não-político. Uma das conclusões é que toda a pregação de Lula de “nós contra eles” — os pobres contra as elites — não vingou. “Não existe essa divisão para os entrevistados na periferia paulistana. A luta de classes não está em seu universo. A ideia, também, de um Estado benfeitor, amigo do povo, para o qual cobra pesados impostos é a inversa: o Estado é malvisto exatamente por cobrar muitos impostos, a mesma percepção que tem o morador dos bairros abastados paulistanos. Em vez de querer ser tutelado, também revela a pesquisa, este morador da periferia de São Paulo quer ascender socialmente pelo esforço próprio. Tanto que dizem se identificar com Lula, Sílvio Santos e João Doria, por representarem histórias de sucesso pessoal, não fruto de algum programa assistencialista. Buscam crescer na vida pelo mérito, não por meio de cotas ou alavancas semelhantes, uma das marcas do PT”.
O partido terá que refletir sobre este recado de uma periferia representativa do Brasil cosmopolita. É típico do PT apegar-se ao Bolsa Família, e outros programas sociais. Consolidará, assim, um pacto clientelista com a pobreza, como partidos conservadores fizeram no passado e Renan Filho, em Alagoas.
Mas até o momento não vi nenhum partido, líder ou suposto candidato defender a livre iniciativa e exorcizar o estatismo socialista. Temos 168 estatais. É preciso tirar o Estado da economia. Nosso povo quer é subir, empreender, crescer, como concluiu a Fundação Perseu Abramo. É preciso destruir o PT.
Faça seu comentário