Bolsonaro precisa se livrar de Guedes, um engodo cheio de falas e farsas que nada entende de tributação brasileira ou comparada
O sr. Guedes até o momento não fez nada. Os noticiaristas dizem que ele está trabalhando nas reformas administrativa e tributária.
A única reforma que se fez até agora e antes de ele entrar, foi a previdenciária (a Câmara de Maia e o governo de Temer).
O sr. Guedes é um parlapatão. Ao que sei, é rico e especulava com a sua corretora, hoje um dos maiores grupos financeiros, não bancários, do país.
No governo, até agora, só fez falar, planejar, comparar, mas fazer mesmo temos nada vezes nada! O BC atua, o Tesouro atua, o secretário da Receita atua, mas Guedes não atua, gosta de falar e receber palmas. É duvidosa a reforma tributária que propõe, mormente na primeira etapa.
Agora apareceu com a “primeira fase” da reforma tributária para juntar o PIS ao Cofins. É como trocar seis por meia dúzia, uma enganação, cujo único objetivo é nulificar algumas isenções e aumentar a carga tributária. Nem o IPI que sacrifica somente a indústria, o sujeito não enterrou. O velho IPI está perto de se tornar secular, pois o propalado imposto sobre bens e serviços é uma quimera!
O desejo dele, inconfessável, é criar um “ICMS federal”, o tal imposto sobre bens e serviços em circulação, que ninguém até hoje viu.
E tem a intenção irrealizável de imaginar que os estados-membros da Federação irão abrir mão do ICMS e os municípios do ISS. Mas nem que a vaca tussa conseguirá tal intento.
O Congresso dele já se desencantou. Bolsonaro precisa se livrar de Guedes, um engodo cheio de falas e farsas que nada entende de tributação brasileira ou comparada. E tem gente competente por aí, Everardo Maciel, vg, mas que dificilmente entraria nesse desgoverno (é só ver o que está acontecendo nos ministérios da Saúde e da Educação).
Cadê a reforma tributária, sr. Guedes? Desembucha. O governo vai para dois anos e nada de bom acontece, exceto o auxílio emergencial (vai se tornar definitivo), na base de R$ 600 para 52 milhões de brasileiros, uns que dele precisam emergencialmente, e outros que “pegaram corona”, pela desorganização, que é a tônica desse governo. Basta dizer que os veículos da imprensa nacional noticiaram cerca de 7 mil militares recebendo o tal auxilio. Chocante!
O auxílio emergencial é o Bolsa Família do presidente Bolsonaro. Sua aprovação deu-lhe um pulo para cima. Saiu dos 15% de ótimo ou bom para 30%. É exatamente o número já pesquisado e manjado da taxa de miséria econômica nacional que o catapultou. Esse auxílio não acaba nunca mais.
Chegamos onde eu esperava. Os 30% que produzem e trabalham bem sustentam os 70% de malandros e necessitados do país, em péssimo lugar na desigualdade social. Ao governo, cabe apenas tirar de uns e dar a outros. Investimentos em educação, saúde e infraestrutura quase nada. A transposição do São Francisco não é obra desse governo que teve a retidão de não se aproveitar do feito. Nota 10 ao presidente contra seus assessores politiqueiros e aproveitadores.
Com a COVID-19 roendo como um câncer a economia nacional, teremos um grande tombo no PIB que não arrisco mensurar. Segundo alguns economistas especializados em macroeconomia, voltaremos ao PIB de 2014. É ver e conferir. Queiram os céus que não chegue a tanto. Teríamos, para começar, uma perda de PIB este ano de pelo menos 8%, comparado com o ano anterior (+0,98).
País federal, com três fiscos implacáveis, o que nos resta é simplificar o sistema, diminuir, em certos casos e aumentar noutros tantos a tributação, com espeque na real capacidade contributiva dos contribuintes, para honrar, relativamente que seja, o princípio basilar da Justiça Tributária.
O tributo é uma tomada de dinheiro alheio em prol, no nosso caso, dos três níveis fiscais do governo da Federação (União, estados e municípios) para que cumpram os deveres que lhes são impostos pela Constituição e as leis, em prol dos cidadãos.
O problema é que não fazem isso, na medida devida. Pagam funcionários e os tomadores da dívida pública e mais nada! Onde anda o Guedes? A dívida pública está a exigir, cada vez mais do Tesouro, a pagar juros suculentos e de curto prazo pelo temor de eventual suspensão de pagamento e nada de diminuir os cargos comissionados, agora à disposição do guloso Centrão, que veio a tornar-se – imensa contradição – a base parlamentar de um governo que propalou aos quatro ventos ser diferente e não o é!
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