A nação precisa de uma revolução que redesenhe mecanismos e parâmetros de atuação dos três poderes da República, de modo a tornar o país apto a crescer econômica e politicamente.
Um candidato a presidente, líder nas pesquisas, com o apoio das Forças Armadas, foi esfaqueado. Na cena do crime é visível uma mulher passando a faca, e outro meliante esmurrando pelo lado o braço do capitão Bolsonaro.
A imprensa se cala, o assunto não acrisola, artigos e editoriais, reportagens investigativas não são feitas, apenas notas de repúdio, idiotas, agressivas, como a de Dilma: “Ele achou o que procurava”. Pior é você, semianalfabeta, sem autocrítica, que aspira a cargos acima de sua altura psíquica, política, linguística e cultural.
O agressor, nômade e desempregado, vagava pelo Brasil, hospedava-se e comia, sem ter emprego fixo. Quem o sustentava? Foi militante do Psol, a ala radical que se desligou do PT (farinhas do mesmo saco). O seu passado político o aponta como militante da extrema-esquerda, não apresenta antecedentes amentais, sendo apenas truculento e agressivo (caráter e não distúrbio psíquico), segundo a juíza que confirmou sua prisão em flagrante delito.
Decerto seus mandantes esperavam que o facínora não saísse vivo do episódio. Mas ele saiu e está resguardado. Insiste que foi Deus o mandante. Ele, já se viu, não é esquizoide nem paranoico. Trata-se de despiste e autopreservação, pois os que usaram o seu temperamento radical e violento o querem morto, jamais seguidamente interrogado, tanto que no dia seguinte quatro advogados já estavam a postos para defendê-lo ou controlar a situação em Juiz de Fora. Levaram-no para os confins do país…
No meu entendimento, por ser a vítima um capitão da reserva do Exército nacional, caberia ao menos um inquérito policial-militar (IPM) ao lado do inquérito da Polícia Civil. Ainda há tempo para instaurá-lo.
Em matéria de agressividade verbal e até física, Ciro Gomes é muito mais ousado que Bolsonaro. A diferença é que Ciro está dentro do “sistema”, que tem lá seus artifícios para captar os eleitores descrentes. Bolsonaro é contra o “sistema” e não transige. Só por isso foi esfaqueado.
Esses fatos bem demonstram as misérias do Brasil, não apenas a social, escandalosa, jamais resolvida pelo “sistema”, o PT dentro dele.
Falo de outras misérias, a eleitoral, a política, a institucional (envolvendo os três poderes) que assolam este país há muito tempo.
Críticos mais profundos como Santiago Dantas, Calmon de Passos e Hélio Jaguaribe estão mortos e não há racionalidade operando a reforma política, que, se vier, será pura maquiagem.
Sobre lideranças cultas não se vê nada à média vista e aquele que poderia requisitar e convocar as cabeças pensantes civis e, principalmente, mentes militares, está sobrevivendo a custo no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, mas sem a segurança que lhe é devida. Uma segunda tentativa é mais do que provável.
O “sistema” está aliviado, em que pese seus antagonismos e arreglos, ou, como dizia Carlos Lacerda, “suas prebendas”.
Quando a Dilma – cuja inépcia é cavalar – teve sua ordem de morte, no caso, como presidente, decretada pelo “sistema”, o seu impeachment tornou-se inevitável, embora os conflitos internos lhe dessem uma impossível “elegibilidade”. Levando-se a sério a Constituição da República (artigo 52, I e II, combinado com o parágrafo único do artigo), o impeachment implicava necessariamente a inabilitação para o exercício de quaisquer funções públicas pelo tempo de oito anos. Leiam e vejam.
A Constituição decreta a perda do mandato “com” a perda dos direitos políticos por oito anos (não vota, não pode ser votada nem participar da vida pública). Em direito eleitoral chama-se a isso de “inabilitação”.
O Brasil que sairá das urnas este ano continuará o mesmo, talvez até pior, cabendo aqui um elogio a Temer: o país cresce, embora pouco, a ordem está mantida, os juros poderiam até descer, mas não fosse a subida do dólar. A inflação nunca foi tão baixa e o desemprego até caiu um pouco. Suspeito que esta relativa estabilidade, o teto de gastos e a parcimônia do Tesouro desapareçam a partir de 1º de janeiro de 2019, salvo se o capitão implantar um regime marcial e nada gastador.
Em verdade, o que a nação precisa não é de eleições, mas de uma revolução que – sem violência, mas com determinação – redesenhe novos mecanismos e parâmetros de atuação dos três poderes da República, de modo a tornar o país apto a crescer econômica e politicamente. O Estado tem que diminuir. Mas que seja uma diminuição brutal. A livre iniciativa deve ser a regra na área econômica. A reforma da Previdência, se não acabar com os privilégios dos funcionários púbicos, nem precisa ser feita. O déficit primário tem que sumir em dois anos, sob pena de caos social.
Mas o pior é que não vejo nenhum candidato falando dos problemas do país e das soluções. O santo milagreiro de Sobral diz que vai desendividar os brasileiros e esse Haddad, em nome de Santo Inácio Lula da Silva, diz que vai “cuidar do povo” (todo mundo vai ser feliz de novo). Que mediocridade! Valha-nos, Deus!
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