O que importa é saber votar, tomar partido, eleger os melhores (necessariamente os mais votados), daí a importância dos nossos votos e do nosso envolvimento nos destinos do país.
Ser representante do povo de um estado da Federação no Congresso Nacional é uma honraria, pois os votos populares que o elegem são a prova da confiança depositada no deputado ou senador. É também a assunção de uma responsabilidade de alta monta. Sem ser elitista, julgo que os representantes do povo no Poder Legislativo – incumbido de fazer, alterar ou revogar leis e resoluções – devem ser pessoas que reúnam, ao menos, quatro requisitos essenciais: honestidade, ética, conhecimento e verdadeira vocação para legislar. Assim como o juiz, em casos controvertidos diz o direito, daí a expressão “jurisdição” (juris dicere – dizer o direito), o legislador, antes, faz o direito (legis facere).
Os verbos de ação direta em português, quando utilizam a terminação “ar” (falar, amar, trabalhar, legislar), resquícios do sistema de declinações do fantástico idioma do Lácio, o latim que Roma impôs ao mundo antigo, expressam a vasta riqueza do idioma.
Antes, a lógica do grego antigo legou palavras ao Ocidente, tipo “filosofia” (filo = pendor – caráter operativo – pela sofia = sabedoria, no sentido de saber, conhecer e não de virtude). Ao pé da letra, o filósofo é o amigo ou cultor do saber.
Prosseguindo, o legislador, já se disse, é um fautor ou autor de leis em prol da convivência dos homens em sociedades politicamente organizadas, a quem representam em parte (daí os “partidos”), pois as sociedades não são monolíticas, mas “partidas” em correntes de interesses e opiniões diversas.
Quis ser deputado federal e colhi centenas de apoios em cartas, telefonemas, WhatsApp etc. A esses amigos e amigas, a quem peço que se comuniquem, devo pedir desculpas sinceras. Desisti de candidatar-me. Faltavam três horas para o término do registro da candidatura, tudo pronto e organizado, quando pedi ao diretório do PSDB que não o fizesse mais. Aliás, ao partido e ao ex-governador Antônio Anastásia, correligionário e ex-colega na Faculdade Federal de Direito, também apresento minhas escusas. Razões de ordem profissional, para não desagradar aos meus sócios há 25 anos, pois haveria repercussões negativas; a minha família e amigos contrários à minha candidatura levaram-me também a recuar. O meu escritório v.g., ficaria, jurídica e eticamente impedido – mesmo com a minha retirada temporária – de advogar contra a União Federal, justamente o nosso maior ex adverso, pois, como é sabido, somos todos tributaristas e lidamos com todos os impostos, inclusive previdenciários, em prol de nossos clientes.
Questões várias se fizeram presentes, inclusive ações em curso e outras, não vindo ao caso descalvá-las neste espaço, bastando dizer que nem sequer poderia continuar a assinar essa coluna, que cultivo há 20 anos.
Tampouco vi noutras agremiações um movimento vigoroso de alteração dos quadros partidários representativos. Uma candidatura não pode ser projeção de vaidades pessoais, nem balcão de negócios; há de ter propósito em favor, necessariamente, do povo ou parte dele. E nossa política não está nessa direção.
Assim desisti da candidatura, não da política. Dela não me desfaço, pois toda mudança se faz politicamente e somente através dela podemos mudar o país. Como homem de partido, votarei “chapa fechada”. Afora o Partido Novo, outros desconheço que tenham estrutura e propósitos democráticos e sinceros.
Num arroubo, me lancei candidato e envolvi a família, meus sócios e meus eleitores. Mais uma vez, minhas sinceras desculpas.
Seja lá como for, o país esteve praticamente em recessão desde a fatídica eleição da inepta Dilma, e crescendo sob Temer, embora pouco, como é natural, até que se defina seu futuro imediato, após as eleições.
E, para tanto, precisamos pensar muito. Não almejo coisa grande. Que o Brasil seja pelo menos como São Paulo, a crescer mais que o resto do país. Leis severíssimas contra a corrupção e os bandidos e gestor testado são as duas coisas que o país precisa para deslanchar.
“Política” é uma palavra expressiva, vem de pólis, que em grego antigo nominava a cidade-estado: Atenas ou Esparta, ou Tróia ou Delfos, assim por diante. Então, fazer política significa discutir o presente e o futuro da pólis, a envolver todos os que nela vivem. Em certas ocasiões reuniam-se na Ágora (praça pública) para discutir as questões, encaminhá-las e votá-las, daí a palavra demo (gente) cracia (governança plural) = democracia, em oposição à aristocracia (governo de nobres aristocratas), ou demagogia (governo dos espertalhões, manipuladores do povo, como é o caso do PT).
O que importa é saber votar, tomar partido, eleger os melhores (necessariamente os mais votados), daí a importância dos nossos votos e do nosso envolvimento nos destinos do país, hoje com 210 milhões de habitantes, 8ª economia do mundo (são 221 países). Pela ordem: EUA, China, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Índia e Brasil.
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