Que candidatos têm expostos seus planos para enfrentar essas e outras questões, como o desemprego, a habitação, a segurança, as privatizações, aumentar ainda mais os impostos? Os partidos o que dizem? O povo, o que questiona? Até agora, nada.
Em 2019, para que algumas despesas aumentem (como os gastos com educação e saúde), apenas para manter o valor real que elas tiveram no ano anterior, outras terão que ser reduzidas. Os investimentos são a vítima preferencial. O problema é que os investimentos da União chegaram ao seu nível mais baixo em décadas. Mesmo que o novo Presidente da República consiga aprovar uma proposta de reforma da Previdência consistente, os seus efeitos favoráveis sobre as despesas somente serão obtidos a médio e longo prazos.
Estudo do Ministério da Fazenda, encaminhado no ano passado à CPI da Previdência do Senado, estimou redução de apenas R$ 1,7 bilhão nos gastos previdenciários (RGPS e RPPS) no primeiro ano de vigência da reforma (da proposta original do governo, que foi amenizada pelo Congresso). Isso ocorreria por causa das regras de transição. No segundo ano, a redução seria de R$ 13,3 bilhões e de R$ 31,5 bilhões no terceiro ano. Significa que as despesas com benefícios previdenciários continuarão crescendo muito nos primeiros anos pós-reforma. Crescem por ano, sempre acima de 35 bilhões.
O próximo presidente vai cumprir o teto de gastos a partir de 2020? O pior caminho será acabar com ele. Se ocorrer, os mercados entrarão em quadra conturbada, com grave repercussão para a recuperação da economia do país. Com os continuados deficits primários registrados pela União, é impossível cumprir a determinação da Constituição que manda só aumentar a dívida para pagar investimentos, pois o que está crescendo são ironicamente as despesas correntes obrigatórias. A realidade se impõe e não há lei que dê jeito. O ideal seria tratar esses assuntos (teto de gastos e reforma da Previdência) ao mesmo tempo.
Por seu lado, a definição da nova regra para o salário mínimo não tem apenas a componente política, (aumentam as despesas previdenciárias e assistenciais, justamente o que se pretende reduzir.) Não se pode aumentar o mínimo para acrescer o poder de compra da população mais pobre, a maioria, nem os bancos serem agiotas. Uma sinuca de bico para o país, menos para os bancos, insistentes na busca de lucros maiores. Maior energia sobre o setor tem e deve ser exercida. O que os presidenciáveis dizem a respeito? Nada.
Pois bem, que candidatos têm expostos seus planos para enfrentar essas e outras questões, como o desemprego, a habitação, a segurança, as privatizações, aumentar ainda mais os impostos? Os partidos o que dizem? O povo, o que questiona? Até agora, nada.
Não queria, mas vou entrar na dança para nos tirar da zona de conforto. Estamos à beira do abismo. O Congresso o Nacional a ser eleito não apenas pode, como deve, dar rumos à nação — é de sua responsabilidade constitucional, que não exerce, neste estranho, desarrumado e aparentemente desinformado país. O tal “deitado em berço esplêndido” acabou. Mais uma viradinha de lado e vamos rolar morro abaixo, de onde é difícil sair, e bem machucados!
Mas as elites cegas, os demagogos de sempre, o povo desinformado continuam a discutir questões secundárias. Estamos anestesiados e enfermos. No leito ao lado, olhem o que se passa na Argentina, que tinha de tudo para crescer e está encalacrada há 75 anos (três quartos de século). Crescer pelo menos a 4% ao ano é imperativo para o Brasil. Temos terras, forte agronegócio, gente para consumir e base industrial. É uma guerra que precisamos vencer. Votem nos melhores.
Não se trata tanto de ideologia. O PT não é socialista coisa nenhuma. Por esse lado, é inofensivo. Seus problemas são o populismo, a demagogia, a corrupção e a ignorância de líderes e liderados. Se alteiem acima dos partidos, mormente os de esquerda, retrógrados, e votem nos candidatos mais ética e administrativamente cotados. Elegeremos o presidente, os governadores, os deputados federais e estaduais e senadores. A responsabilidade, portanto, é muito grande para o futuro da nação e dos brasileiros. Os problemas devem ser resolvidos e o crescimento econômico é crucial para os nossos indicadores sociais. Estamos vivendo uma hora decisiva de nossa história.
Devemos nos sacrificar não apenas votando, mas sendo votados e atuando de qualquer modo possível. Com Anastasia, precisamos renovar os deputados e senadores por Minas. Poderia, a contragosto pessoal, ser um deles, com o apoio de vocês.
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