Parece-nos imaginário que o governo Bolsonaro ajuste sua política externa errática e temerária ao multilateralismo mundial
Segundo Ciro Gomes, “parece que o bolsonarismo boçal e o lulopetismo corrompido vão levar uma grande surra no Brasil inteiro”. Pode ser percebida nitidamente entre aqueles que não pertencem à extrema-direita uma elevação do nível de esperança e otimismo decorrente da lufada de bons ares vinda dos EUA, com o iminente findar da presidência do nefasto Donald Trump. Tal lufada chegou forte ao Brasil.
“Fico imaginando como será bom e alvissareiro quando o Brasil e o mundo ficarem livres do desgoverno de Jair Bolsonaro. Trump e Bolsonaro são dois encostos que deprimem a humanidade”, diz Túllio Marco Soares Carvalho.
Com a vitória de Joe Biden, mesmo que Donald Trump ainda possa nos surpreender com uma ação antidemocrática, por meio de opressões ao Judiciário e incitamento de seus seguidores, devemos reconhecer que a democracia saiu vitoriosa. Quanto ao governo brasileiro, que ainda não se pronunciou, está num dilema, pois reconhecer a lisura da apuração seria discordar do presidente americano, o que é contraditório diante do apoio incondicional antecipado (aberração diplomática).
Entretanto, não dar os parabéns e não reconhecer a vitória dos democratas satisfaria seus seguidores mais fanáticos, mas colocaria o Brasil, definitivamente, em posição isolada perante o mundo. É o que diz José Osvaldo Gonçalves Andrade.
Parece-nos imaginário que o governo Bolsonaro ajuste sua política externa errática e temerária ao multilateralismo mundial, aos princípios do desenvolvimento sustentável, à adoção de novas e limpas fontes e energia, ao respeito pelo meio ambiente face a predações econômicas, à vinculação ao Acordo de Paris, entre outros objetivos salutares ao planeta que já começaram a ser esboçados na preparação do governo de Joe Biden. “Aos brasileiros, resta uma conduta similar à dos americanos, em 2022, elegendo quem seja digno de nos comandar e cujo guia seja simplesmente a razão não atormentada por viroses cerebrais” (Amadeu Garrido).
A idiotia de Jair Bolsonaro, sua precipitação imprudente, e por que não, a sua falta de inteligência é tanta que de um suicídio tirou prova dos nove de que a vacina chinesa não prestava, embora a China, com um número mínimo de infectados diante do 1,360 bilhão de habitantes, tenha mostrado competência extrema para lidar com o vírus.
Para ele, “homem” é o derrotado Trump numa “boiolagem” política jamais vista. Mas o machão Trump perdeu as eleições e a compostura. É a ruivona perdedora, birrenta e inconformada!
O termo “boiola” que usei há pouco me autorizou a usá-lo o próprio presidente, que ao tomar gostosamente um refrigerante maranhense disse publicamente que o mesmo, por ser cor-de-rosa, era uma “boiolagem”… Nunca ouvi falar de bebida “boiola”, mas de homens sim, e, portanto, peço desculpas aos leitores pelo uso dessa expressão chula, tão ao gosto do nosso mandatário supremo. E mandatário é como inquilino, não é dono do Brasil e nem de seu povo. Mora nos palácios enquanto nos servir. Está lá para trabalhar, e não para ofender o eleitorado, supostamente “boiola”, do Maranhão! Se tiver votação lá será somente dos “boiolas” e seus simpatizantes, cidadãos como nós. Agora, resolveu atacar a vacina chinesa. Entretanto, enquanto ele fala e nada faz – uma característica bem sua –, menos quando se trata de atacar reais e supostos adversários (paranoia política), outros estados estão agindo: São Paulo aplica a CoronaVac, o Paraná e a Bahia a Sputinik, da Rússia.
Misturar saúde pública com política internacional, com viés nitidamente de extrema-direita, é um erro tremendo. E substituir a política externa, a qual deve basear-se na neutralidade pragmática e no incremento tecnológico e comercial, é muito pior, mas é o que ele e o imbecil do chanceler Araújo fazem todo santo dia, a ponto de deixar atônitos as chefias militares e os diplomatas do Itamaraty.
Ao meu sentir, em que pese o vendaval de cargos dados ao Centrão, já chegou a hora de começar a falar em impeachment, pois o maior mandatário do país vem a público, agora, com falta de decoro, com “porra” em todos os seus pronunciamentos. É “porra” ou “pô”! Mas nada faz pelo país, que nem sequer tem metas e planejamento. O Guedes, desde outubro de 2018 a outubro de 2020, fala, fala, fala, mas não nos apresenta a que veio, quais são as políticas econômicas e sociais do país. É um falastrão. Agora mesmo, quer em dois meses apresentar um plano, que nos dois últimos anos não apresentou. Que o diga Salim Mattar, um homem sério que percebeu, em tempo, a “bagunça” da área econômica do governo. E saiu…
Dois anos de governo se passaram e nada de reformas, nada de diminuir as máquinas públicas, nada de privatizações. Nada de nada. Só frases de ódio e conversa ultrapassada de ideologia que mais atrapalham do que ajudam as classes produtoras e opções comerciais do setor privado. Um verdadeiro desastre este governo, onde menino veste azul e menina cor-de-rosa. Parece mesmo uma escola do pré-primário fazendo ordem unida. Direita, volver…
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