Não há plano. Guedes será expulso, sem dó. O capitão gosta da chibata, não tem amigos, somente serviçais.
Esse só faz más opções. A mais nova foi retirar as grandes operadoras privadas, e até públicas, estrangeiras, das concessões de aeroportos. Será que fará o mesmo nos portos marítimos restantes e nas hidrovias, mormente as amazônicas, de grande importância estratégica? Não que seja irracional, apenas é imediatista e pouco inteligente. No começo de seu governo, eu falei e escrevi que ele não era privatista, mas estatista. Não ia criar mais estatais (mas criou), as privatizações seriam decepcionantes, para nós democráticos na política e ultraliberais na economia. Dito e feito. Um dos resultados ruins para o capitão saudosista do regime militar foi a recente debandada, quase total de todos os economistas liberais da equipe do Guedes. Metade do governo se passou, e nada de novo ocorreu na economia. Agora, temos a questão dos aeroportos. Tínhamos já privatizados alguns antes da crise que logo depois chegou. Temer operou muito bem a questão sem alarde e ideologia. Agora, lá vem o capitão atrapalhar a privatização dos nossos aeroportos (lucrativos e não lucrativos, porém necessários).
Rittner faz sérias observações: o Ministério da Infraestrutura erra ao retirar, dos próximos leilões de aeroportos, a exigência de que operadores estrangeiros sejam acionistas das futuras concessionárias.
Michel Temer vê risco de retrocesso no bem-sucedido modelo das últimas concessões. Os consórcios vinham sendo obrigados a ter um operador internacional com pelo menos 15% de participação acionária (eram 25% nos primeiros leilões) em sua composição. Para o ex-secretário, isso gerou maior comprometimento dos operadores com a administração dos terminais (gestoras de aeroportos em Zurique, Londres, Frankfurt, Lisboa etc.).
Não há plano. Guedes será expulso, sem dó. O capitão gosta da chibata, não tem amigos, somente serviçais.
Dois ministros nesse governo desgovernado merecem encômio: o da Agricultura (ao cabo temos o 2º agronegócio do mundo, logo atrás dos EUA) e o da Infraestrutura. Ambos são discretos, aideológicos (não são fascistas como os ex-ministros da Educação – esperanças do tarado que mora nos “states” –, mas o que conduz ainda as “damares” e os “araújos”), nesse péssimo ministério do Bolsonaro.
Diante da crise, houve mudança. Não haverá mais necessidade de operadores estrangeiros com participação societária nos grupos vitoriosos, mas eles precisarão ser contratados como prestadores de serviços terceirizados.
No diagnóstico do Ministério da Infraestrutura, trata-se de uma resposta à pandemia, que complicou a situação financeira de operadores aeroportuários mundo afora. Eles estão às voltas com fronteiras fechadas, voos interrompidos, perda de passageiros e problemas de caixa. Em tese, esses operadores estão, hoje, com pouca disposição de participar de leilões em mercados externos, mas têm apetite para ser contratados como terceirizados.
Como há liquidez no mercado com fundos internacionais de pensão, soberanos, disponíveis para negócios lucrativos, eliminou-se a exigência dos leilões anteriores como forma de viabilizar consórcios com 100% de investidores financeiros. Eles poderão contratar o operador após o leilão.
Mesmo onde houve dificuldades econômicas e a concessionária aceitou rescindir o contrato, como em Viracopos (SP), ele lembra que a operação do terminal e a qualidade dos serviços continuaram bem avaliadas.
“O foco dos fundos é repassar ativos e ter ganho financeiro, não priorizando o serviço, com impactos em todo a cadeia do setor”, afirma Lopes. Nas últimas duas rodadas, em particular, grandes obras obrigatórias deram lugar a investimentos por gatilho de demanda. Assim, passou a haver menos foco nas empreiteiras e mais na operação, atraindo grupos como Fraport, Vinci, Zurich e Aena.
Para o ex-secretário, como a próxima rodada tem aeroportos com características muito distintas em cada bloco, o envolvimento e a responsabilidade do operador são maiores. “O modelo passa a focar onde está o dinheiro, em vez de onde está a expertise para a prestação e bom serviço ao cliente. O risco que se corre é trocar três horas de sucesso na bolsa por 30 anos de problemas na gestão dos aeroportos”.
Depois, quem pagará o preço alto das operadoras aeroportuárias em futuro bem próximo seremos nós. O ideal é que a Infraero fosse (e não é) competente para gerir internacionalmente aeroportos. A Aeronáutica continuará queimando combustível para “patrulhar os céus do Brasil”, mas qualquer aviãozinho a motor continua a trazer cocaína para São Paulo (a Ceasa das drogas no Brasil).
Afora isso, o capitão, vesânico, desgovernado e mal-educado, agride jornalistas e repórteres. Tudo por mal-entendidos. É cera no ouvido ou falta de miolos na cachola.
A qualquer pergunta, em resposta bufa e solta coices. Temos que lhe puxar pela boca com os couros e usar um bridão. Cavalo xucro não tem trote bom, somente levanta poeira no curral e cria confusão.
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