Desde o começo Bolsonaro desdenhou da pandemia, mas a COVID-19 o pegou
Os grandes problemas do Brasil para crescer e dar conforto material ao seu povo são extinguir as desigualdades sociais e atingir níveis éticos e tecnológicos de governança.
Bolsonaro, o rei das redes sociais, chegou ao poder por sabê-las usar em favor dos ideias e desejos expressados no início desta conversa.
Lula e o PT se enraizaram distribuindo dinheiro, sem contraprestação real, ao povo empobrecido e ignorante (48% dos brasileiros). O Bolsa-Família se eternizou.
Bolsonaro elegeu-se com base – no 2º turno – na repulsa maciça da maioria do eleitorado a essa situação (em vitória renhida nas eleições de 2018).
Mas acabou, depois de 20 meses, voltando ao status quo ante. Está dando dinheiro ao povão, seiscentas pratas ao mês, e distribuindo cargos a mancheia aos partidos fisiológicos do Centrão. Toda aquela “panca” de redentor foi-se esgoto abaixo.
Mas o Dr. Jair Messias Bolsonaro, formado pela faculdade da boçalidade do Rio de Janeiro, continua a receitar o povo brasileiro, mesmo acometido pela COVID-19.
Ele tinha certeza – por se considerar atleta – de que jamais pegaria a doença, se levarmos em conta as suas seguidas falas sobre a epidemia a assolar o planeta inteiro, mas com pouca incidência na África (em que pese a pobreza, fruto da urbanização forçada que os europeus colonialistas e exploradores de suas riquezas lhe impuseram quando se retiraram, por bem ou por mal, levando de volta todos os equipamentos transportáveis/descolonização).
Contudo, o tema aqui é o Bolsonaro tomado pela doença que tanto desdenhou, tirando dos grupos de risco a jeunesse dorée da Zona Sul do Rio e d’outras praias e plagas, os homens e mulheres sadios, destinando-a (como se pudesse) às pessoas com comorbidades e aos idosos (que julga não ser aos seus 66 anos de idade).
Vi-o bem abatido, não só pelas extenuantes atividades no exercício do cargo de presidente, como também pelos efeitos já presentes da COVID-19 no seu organismo.
Ele faz questão – birrento como é – de se dizer bem, como se tivesse só um “resfriadinho”. Não é verdade, mente por conveniência (nele é habitual). Sua aparência é de doente, louco para se esticar na cama, com um respirador dos bons na cabeceira e boas doses de azitromicina e de suas amadas poções de cloroquinas, de resto de duvidosa eficácia, segundo os cientistas do mundo inteiro.
Vejamos o que dizia nosso herói depois de ter confessado indisposição, cansaço e dores no corpo, da doença virótica que só atingiria os idosos, os fragilizados (e também os falastrões).
Mas a COVID-19 o pegou.
Desde o começo da propagação da COVID-19, aliás, Bolsonaro desdenhou da pandemia, não deu ouvidos aos infectologistas, que alertavam para a letalidade da doença e os riscos que ela traz para os serviços de saúde, sobrecarregados, quando não há respeito ao distanciamento social. Chegou a dizer, publicamente, que o novo coronavírus provocava sintomas de “uma gripezinha” e não iria derrubá-lo, caso fosse contaminado. Chegou a cumprimentar um apoiador depois de limpar o nariz com as mãos. Um ato, aliás, de muito mau gosto.
“Como cidadão, vou continuar seguindo o protocolo, despachando por videoconferência e raramente recebendo uma ou outra pessoa para assinar algum documento”. “Você tem que botar a economia para rodar. Alguns falavam no passado, me criticando, que economia se recupera, vida não. Olha, isso é uma verdade absoluta”. Não é correto, um povo doente tira licença e não trabalha.
Agora a conversa se efetivou. Desejamos que a situação evolua bem, sem necessidade de mais cuidados, a bem de nossa governança e estabilidade, embora o Mourão exista para conjunturas como essa. O presidente deveria se dar o direito de descansar, deixando com o vice, que em confiança escolheu, o dia a dia palaciano.
Aproveite o tempo para pensar nos incêndios que devastam a Amazônia. Os investidores, certos ou errados, estão exigindo do Brasil que resolva de uma vez por todas “a questão amazônica”, coisa que o seu governo até agora não fez. Pense na Damares, mande-a para casa, é uma besta quadrada; e mande o Sales passear, ninguém, aqui e alhures, gosta da sua política, muito menos de passar as coisas por “debaixo do pano”.
De minha parte, reservando-me uma visão crítica do seu governo, desejo-lhe, Sr. presidente, uma pronta recuperação.
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