A austeridade em algum momento esbarra em resistências político-sindicais, partidárias e de corporações. Termina em elevação de impostos.
A inflação caminha para ficar abaixo do centro da meta e os juros poderão chegar a um dígito até novembro deste ano. Os empregos começaram a surgir. Portanto, fim da recessão criada por Dilma, agora encalacrada na Operação Lava-Jato (e tem o desplante de dizer que não tinha relações com a Odebrecht e desconfiava de Marcelo). Tira proveito e depois negaceia.
Não apenas o fim da recessão, mas início de um ciclo de crescimento, já em curso, pela análise de todos os indicadores que medem a economia do país.
Mas justamente nesse momento, delegados investigando casos pontuais convocam a imprensa para, com as suas gengivas podres, condenar um dos mais dinâmicos setores econômicos do Brasil, o de proteínas animais, gerando embargos às nossas exportações mundo a fora. E a investigação não era nem sobre a sanidade das carnes, mas sobre fiscais corruptos em três frigoríficos bandalhas.
A CNBB, que não é partido político, em vez de combater a pedofilia, vg, em suas hostes, além de outros problemas que lhe são próprios, contrariando as diretrizes do papa Francisco, anuncia aos brasileiros que é contra a reforma da Previdência. “O Congresso não teria moral para tratar do assunto.” Pronto, está feita a “facta” à moda dos mufits muçulmanos. Trata-se de uma “questão de moral” e de respeito aos fiéis. Quem sabe não querem substituir o Congresso pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil? Ao cabo, o Estado laico está sendo tomado pelos evangélicos.
E o Congresso – pensando seus membros em reeleição – tende a satisfazer as corporações de funcionários públicos, federais e estaduais, desde os fiscais de rendas até os professores, que se aposentam com vencimentos integrais, de cinco a 20 vezes mais que o povaréu do regime geral.
Ora, sem a reforma da Previdência o país não continuará a crescer, senhores parlamentares acomodados. Saem dizendo por aí, sem se debruçar sobre os números e estatísticas, que “do jeito que está não passa”
De fato, se não vai passar, tampouco as outras reformas passarão. A única reforma que querem é a da “lista fechada”, mantido o coeficiente eleitoral proporcional, para se esconder. Querem que o povo vote sem saber em quem, logo o brasileiro que não vota – majoritariamente – em partidos, mas em nomes, para enganá-lo, visto que a Operação Lava-Jato expôs a classe política à execração pública e não há tempo para criar partidos e novas regras bem pensadas
Com isso, o país que, há dois meses, vem se reanimando economicamente estancará o ritmo. A terceirização trabalhista, pelo quórum apertado desagradou os investidores nacionais e internacionais. Fala-se em aumentar impostos. Se a reforma Previdenciária não passar com a idade mínima de 63 anos, ao menos, para homens e mulheres, o Brasil voltará à recessão e ao desemprego. Está em 13 milhões e atingirá facilmente 17 milhões. Viveremos um caos social e convulsões jamais vistas, sem luzes no fim do túnel.
Sr. Meirelles, não pense em subir a carga tributária acima dos 33% doPIB. Pela curva de Lafer, nesse ponto a arrecadação começa a cair. E já estamos no limite. Cortar gastos fica em segundo plano? Além de dar trabalho, implica enfrentar as corporações que habitam a máquina do Estado. Também não se percebe firme vontade política no prometido corte de cargos comissionados, não protegidos pela regrada estabilidade do funcionalismo.
Em dezembro, foi prometida a extinção de 4.600 desses cargos. Não se sabe se foi atingida a meta. Mas existiam cerca de 20 mil deles no alto escalão do governo federal. Artigo de Gil Castello Branco, da Contas Abertas, informa que de 2002 – quando começou a era lulopetista – ao ano passado, esses postos, de livre nomeação, aumentaram de 68 mil para 99mil. É possível reduzi-los. O tempo urge e ruge.
Outro terreno pouco explorado é o das estatais. O Ministério do Planejamento indica a existência de 159 empresas públicas, das quais apenas 89 têm orçamento próprio. As 70 restantes sobrevivem abrigadas no Tesouro Nacional. Além disso, outras 220 estão inativas, mas com pessoal, desde 1999. É o caso de desestatização, ou fechá-las todas. Essa é mais uma herança maldita do lulopetismo: 30% das estatais existentes foram criadas no período Lula-Dilma. E cá para nós, FHC sempre ficou a dever nas privatizações, apesar dos seus enjoativos auto elogios que a vaidade incomensurável lhe impõe. Precisamos de mais liberalismo (hiperliberalismo). Neoliberalismo é pouco.
A austeridade em algum momento esbarra em resistências político-sindicais, partidárias e de corporações. Termina em elevação de impostos. Mas, num momento de tênue recuperação da economia, depois de histórica recessão, isso abafa os frágeis sinais de crescimento. Será o fim do governo Temer, pois é a economia o seu ponto mais forte, além de sua elegância presidencial.
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