Em primeiro lugar, barrar o crescimento da dívida pública, que chegará logo a 80% do PIB. Em seguida, fazer as reformas inadiáveis da Previdência, trabalhista e tributária, com toda urgência que for possível, para não perdermos o bonde da história.
Como era de se esperar depois dos escândalos de corrupção, as urnas deram uma surra devastadora no PT, centro nevrálgico do sistema. As esperanças de Lula foram vãs, na iminência de ser preso porque enfraquecido, depois do término das eleições municipais. O PSDB, porém, cresceu e crescerá no 2º turno. O Brasil fez, finalmente, uma boa opção.
O que não se compreende é o apego dos movimentos ditos “bolivarianos” a esse tal socialismo do século 21, aqui nas Américas Central e do Sul, pois ninguém mais, sequer no imenso continente africano, subsaariano ou no Chifre da África (Etiópia, Somália e Eritreia) professa a crença socialista. Com efeito, a pioneira Rússia e a China de Mao-Tsé-Tung trilham hoje o caminho capitalista, com sucesso. O comunismo persiste apenas em dois lugares ditatoriais, sem liberdade, desde a de iniciativa econômica até a de meramente opinar: Coreia do Norte e Cuba.
Cuba já vislumbra novos tempos com a morte dos irmãos Castro e a Coreia, sem o apoio da China, que a mantém na coleira por causa da presença insistente dos EUA no Sudeste asiático, desmonta-se.
Mas é hora de clarear conceitos. O socialismo e o capitalismo são sistemas econômicos. No capitalismo, os meios de produção são particulares (fábricas, lojas, fazendas, consultórios, universidades, serviços médicos e educacionais etc) cujo protótipo são os EUA. No socialismo, os meios de produção acima referidos são coletivos (em tese pertencem à sociedade), porém são administrados pelo Estado todo-poderoso, por meio de gestores pertencentes a um partido único (onde, não raramente, se abrigam várias correntes, quase partidos, mas sem a participação do povo).
Quer nos parecer que o capitalismo é o vencedor. A partir de 1982 com Xiao-Ping, a China converteu-se ao capitalismo e deslanchou da 16ª posição (pelo poder de compra da moeda na aquisição de 100 bens e serviços) para a segunda maior economia do globo, com o PC fazendo o que pode para agradar ao povo (um bilhão e trezentos milhões de pessoas), pois sem ele o partido único esfacela-se como quase ocorreu com a “revolução cultural” da viúva de Mao.
É de se perguntar que socialismo piegas é esse a vigorar no Equador e principalmente na Venezuela, onde o Estado é sufocante mas permite o “capitalismo”, porém sem “ambiente de negócios” para florescer, a não ser em prol de uns poucos? Foi o que ocorreu no Brasil de Lula e Dilma, as empreiteiras e outros tantos a se fartarem em meio ao crescimento da burocracia e do “caritativismo” coronelístico do Estado, respingado pela água benta da CNBB.
Ora, esse tipo de regime não é nada. É uma mixórdia onde grupelhos partidários, para manter o poder, fazem oferendas passageiras aos pobres (programas sociais como Bolsa-Família; Minha casa, minha vida; Prouni; etc.) que acabam aumentando sem freio a dívida pública, desgraçando os países que o adotaram, todos em crise (Argentina, Brasil, Uruguai, o paradão; Venezuela, Bolívia, Equador, Nicarágua “et caterva”).
O Paraguai, o que mais cresceu na América Latina, livrou-se de Lugo mediante “impeachment” eficaz e rápido. Foi o primeiro a escapar da “armadilha populista” sul-americana, aqui representada pelo PT. Depois de sofrer 10 anos, a Argentina também escapuliu mediante disputada eleição. A Bolívia, em plebiscito, negou a Evo um novo mandato. Correa já disse que cumpre seu último período no Equador, vai morar na Califórnia. E a Venezuela se desintegra a olhos vistos. A Colômbia negou aos assassinos das Farc, do ELN e outras máfias narcopolíticas que voltassem ao convívio democrático, sem as apenações devidas. E nós – graças a um grupo de jovens abnegados da Justiça, polícia e Ministério Público Federal, acordamos a tempo de não resvalar no abismo. Impichamos a presidente e desmontamos o PT nas eleições municipais. O “golpe das urnas”.
O que fazer agora? Em primeiro lugar, barrar o crescimento da dívida pública, que chegará logo a 80% do PIB. Em seguida, fazer as reformas inadiáveis da Previdência, trabalhista e tributária, com toda urgência que for possível, para não perdermos o bonde da história.
Democracia e capitalismo, saúde e educação; simplificação e emprego; segurança e infraestrutura é tudo de que precisamos e não temos. É preciso construir o país com a iniciativa privada investindo. É possível que por volta de 2070 já estejamos na civilização do lazer, do saber e do ócio. É tão vertiginoso o crescimento das tecnologias, da internet das coisas, da informática, da robótica, da nanotecnologia e das telecomunicações, que a produção de bens, no campo e nas cidades, dispensará em massa o braço humano e até o cérebro. O comércio, as viagens, o lazer serão tais que os serviços, somente eles, requererão o nosso concurso. Nesta altura, nada valerá quem não for educado. A civilização do capital e do trabalho estará nos seus últimos dias e nos lugares mais atrasados.
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