De maneira solerte, ex-presidente quer atribuir a recessão econômica ao ajuste fiscal, que sequer aconteceu
O PT perdeu de vez o juízo ao chamar de “golpe paraguaio” o impeachment previsto na Constituição. Quem levou o país para a recessão foi a “nova matriz econômica” de Lula, seguida à risca pela mais incompetente dirigente que o país jamais teve, por ele imposta à nação depois de muito mentir. Quem nos dera a eficácia da Constituição paraguaia. De resto, é insensato ofender um país amigo. Condenar as barbaridades do Maduro, ignorante e cruel, isso Lula não faz. Poupa o colega comunistoide, em prejuízo do povo venezuelano.
Perdi a conta de quantas vezes vociferou nas suas três segundas derrotas eleitorais contra os coronéis que davam botinas, cobertas e marmitas aos eleitores, considerados por ele imediatistas e destituídos de ideias políticas, o povão das grotas e periferias.
Usou da mesma tática ao chegar ao poder. Instaurou o “coronelismo de Estado”, dando “mesadas” mensais, as “bolsas-esmola” chamadas de Bolsa-Família, insuficientes para combater a pobreza, mas suficientes para angariar votos. Do mesmo naipe, o subsídio bancado pelo governo para a casa própria (na média, 55%) à custa do crescente endividamento do Tesouro Nacional, beirando 70% do Produto Interno Bruto (PIB). Lula é o maior demagogo que a política nacional engendrou. A sua cara nos desperta asco, dá-nos a impressão do vigarista espertalhão. É o herói sem nenhum caráter do movimento modernista de São Paulo, a imagem tardia de Macunaíma. A vida imita a arte.
Agora, de maneira solerte, quer atribuir a recessão econômica ao ajuste fiscal que sequer aconteceu, pois continuamos ladeira abaixo, mês após mês. O objetivo é inculcar na mente dos humildes por ele coronelizados ser o ministro (da Fazenda) Levy o culpado pela situação. Não engana os letrados nem a classe média nova que cresceu pelos seus próprios esforços, apenas os seus sectários e o povão onde se aninham eleitores do PT. O “coronel Lula” está embriagado, nos dois sentidos, pelo gosto do poder. Quer voltar à Presidência de qualquer jeito.
E, para isso, mente, trapaceia, engana, articula suas alianças, a torto e a direito. E fala seguidas asneiras onde quer que haja um microfone, pois “conferências” não mais as faz depois do petrolão e da prisão de Marcelo Odebrecht.
Calha, então, discorrer sobre o ajuste fiscal do qual tanto se fala e a razão de ser tão importante para a nação. O PIB é a quantidade de bens e serviços que um país produz anualmente. Produzíamos R$ 5, 3 trilhões. Este ano, o PIB encolherá 3,1%. A carga tributária total orça cerca de 36% do PIB – um terço do dinheiro ganho pela nação é repassado para a União, estados e municípios (o Estado-elefante). Contudo, essa receita imensa não é suficiente. O Estado brasileiro gasta mais do que arrecada. Somente a União fica com algo como R$ 1,6 trilhão.
Como os juros estão altos, pois o país não é confiável, a administração da dívida pública é feita com títulos de curto prazo. Este ano, 47% do Orçamento vão para o pagamento dos juros e da rolagem (em vez de pagar no vencimento os títulos, o Tesouro os paga com títulos novos pré ou pós fixados). O governo federal aumenta cada vez mais o seu endividamento emitindo títulos do Tesouro para captar dinheiro, pagando juros. A dívida pública só faz crescer como proporção do PIB. Os credores externos exigem garantias colaterais: ações e bônus de empresas do governo no exterior. Temos reservas de R$ 320 bilhões no volume morto, para enfrentar ataques especulativos, naco apetitoso.
O que o Levy quer? Ajustar a despesa pública à receita. O governo só deve gastar o que arrecadar. Está difícil. O Orçamento de 2016 foi enviado ao Congresso, mas com um “buraco” de R$ 36 bilhões. Vale dizer, além de não ter uma conta de superávit primário para ajudar a pagar os juros, quer mais tributação para tapar o “buraco”. Não é desesperador? Se fosse uma empresa privada, já teria falido, com o patrimônio sendo dividido entre os credores. Pior: o governo abriu o jogo e, agora, o déficit público no Orçamento para absorver as “pedaladas” pode chegar a R$ 110 bilhões, segundo o secretário do Tesouro, Marcelo Saintive.
Dilma, estonteada, percebeu agora que Lula deu-lhe um “presente de grego”, uma herança maldita, e ainda a obrigou a mentir nas eleições de 2014 para garantir a volta dele ao poder. Se diz “puto” com a campanha feroz que lhe é feita. Admitiu que o PT roubou, mas que outros também roubaram. Dá para respeitar criatura tão primária?Teremos que restringir os cargos de confiança (cortar 80%), diminuir os programas sociais e privatizar o que for possível para ajustar o Orçamento (cortar custos em vez de aumentar impostos), sob pena de virarmos uma Argentina, que só tem US$ 18 bilhões de reservas, ou uma Grécia (Espanha, Portugal e Irlanda, com austeridade fiscal, estão muito bem, obrigado! Voltaram a crescer).
Ou o Brasil acaba com o PT ou o PT acaba com o Brasil.
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