É preciso deixar de lado os escrúpulos. O impedimento da presidente é o marco zero da regeneração nacional
O pacote de medidas para tampar o Orçamento de 2016 de Dilma, além de circunscrito apenas ao exercício de 2016, é inconsistente. O problema do Brasil – para quem tem visão ampla – é estrutural em vez de conjuntural. Implica escolha primordial a anteceder as demais, entre o regime capitalista liberal e o estatismo assistencialista, em conluio com grupos empresariais que eliminam a concorrência e repartem os lucros com agentes governamentais corruptos.
O lulopetismo, que completa 13 anos no poder, é uma mistura de sindicalismo, assistencialismo social paliativo, água benta, demagogia e corrupção deslavada. Recentemente, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), cravou frase ontológica e “antalógica”: “Os ladrões de sindicato transformaram o Brasil num sindicato de ladrões”. Somos a réplica ampliada do ABC Paulista. Antes, roubaram dos concessionários de coleta de lixo e de transportes públicos (nível municipal); agora no plano nacional, saqueiam empresas estatais como a Petrobras, Eletrobras, Nuclebrás e empreiteiras de obras públicas. Para dois fins: manter o partido no poder e enriquecimento pessoal. Fico com pena dos militantes do PT, que deram dinheiro para Zé Dirceu quitar a multa penal.
O Estado tornou-se grande demais. Cobra muito (carga tributária de 37% do PIB) se levarmos em conta as licenças e taxas exorbitantes como as das agências reguladoras, que são inúmeras (“longa mano” do Estado). E gasta mais do que arrecada, não, porém, em investimentos produtivos (infraestrutura). Com esse modelo, estamos fadados para sempre a ser um país desigual e de renda média de US$ 11 a US$ 16 mil.
Os últimos impulsos para uma economia de mercado ocorreram com JK e FHC. Os militares e o PT patrocinaram governos parecidos em seus respectivos turnos. O tripé Estado + capital estrangeiro + capital nacional marcou o período castranse. O lulopetista enfia o DNIT, a Infraero, a Petrobras e a Eletrobras nas concessões, não se sabe a razão, atrapalhando os investidores atrozmente. Os militares se perpetuaram no poder manu militari, o petismo, pela demagogia e a corrupção. O país continua desigual!
Está na hora de mudar, enquanto há tempo e vejo nos bastidores planos de governo a nos livrar da desgraçada situação em que nos encontramos junto da Venezuela e da Argentina (todos do foro de São Paulo).
O Estado deve sair da cena econômica, como nos EUA, na Suécia, na Coreia, na Alemanha, no Japão, no Chile, países em estágios diferentes de desenvolvimento, mas que fizeram escolhas certas. Quanto maior o Estado, maior a ineficiência, o descontrole e a corrupção.
Nenhum país cresce e amadurece a não ser pelo trabalho duro e pela educação direcionada ao conhecimento. É ver a Alemanha e o Japão, totalmente destruídos durante a 2ª Guerra Mundial há 70 anos. Veja-se, sobretudo, a China após 1982, sem falar nos EUA, que, em 1942, ainda tinham cavalaria montada como arma de guerra. São respectivamente os EUA a 1ª economia (PIB de US$ 16,2 tri). A China, a 2ª (US$ 10,11 tri). O Japão, a 3ª (US$ 4,8 tri) e a Alemanha, a 4ª (US$ 3,4 tri). Agora, as populações: EUA, 328 milhões, China, 1 bilhão e 320 milhões, Japão, 128 milhões e Alemanha, 88 milhões. O FMI, levando em conta o poder de compra de cada moeda para obter 100 itens básicos de bens e serviços, vê a China já encostada nos EUA, pois tudo custa menos lá. O Japão é onde tudo custa muito, depois vem a Alemanha, ainda cara, e, finalmente, os EUA (dos quatro, é o 2º mais barato) E nós? Andamos a passos de tartaruga.
O Brasil é grande, tem recursos naturais, biodiversidade, água em abundância, terrenos férteis e a maior indústria das Américas após os EUA (acima do Canadá). Razoável população e um grande marcado, mas falta-nos escolher entre a livre-iniciativa e o estatismo (o Estado-elefante), um governo eficaz e honesto, trabalho árduo, menos impostos, custos trabalhistas e infraestrutura. O partido Novo preconiza o fim da impunidade, Judiciário rápido e penas duras para os criminosos. Educação, educação e educação. Mas o que mais falta é um presidente que inspire confiança. Nesse ponto, a nota da presidente Dilma é zero.
É preciso deixar de lado os escrúpulos. O impedimento da presidente é o marco zero da regeneração nacional. Quanto mais depressa for o processo substitutivo, mais rapidamente o país recuperar-se-á. Mas é preciso influir para que depois o povo escolha o modelo econômico correto. Estado democrático de direito já temos, embora não prestem o governo atual e a legislatura. O país precisa de um regime de livre-iniciativa e concorrência real, uma cultura voltada para o trabalho honesto e duro e jamais adepto do caritativisimo clerical avesso ao mercado, ranço histórico a nos atrasar no rumo do progresso. O “ser” é mais que o “ter”, mas não há como “ser” sem “ter”. A propriedade é um sobrevalor social que fundamenta a autoestima do cidadão. O partido Novo precisa do nosso apoio.
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