Brasil e Peru

País andino, de 30 milhões de habitantes, cresceu por 10 anos a taxas de 4%.

Os países andinos escolheram corretamente seu modo de fazer política. É o que o Brasil precisa fazer, varrendo o PT do governo, a bem do nosso povo.

Acabo de chegar do Peru – onde estive há 15 anos – e voltei animado. O país é forte na exportação de ouro, cobre e prata (província mineral ativa como o Chile). O litoral é semidesértico com manchas verdes, pois os Andes impedem a condensação das nuvens. A agricultura é exercida nos vales centrais dos Andes e nas manchas litorâneas. Os rios têm nascentes na Cordilheira. O Peru cresceu por 10 anos a taxas de 4%. Lima transformou-se numa grande capital (8 milhões de habitantes num país de 30 milhões), cuja gastronomia altamente variada, original e sofisticada tem atraído gente do mundo inteiro. O equilíbrio social chamou nossa atenção. A desigualdade é significativamente menor que no Brasil. O mesmo ocorreu com o Chile, o país mais exitoso do subcontinente, e a Colômbia. O que esses países têm em comum? A ausência de “programas sociais”, de populismo, de demagogia. Primam pela educação. Há um ditado: “Quem não estuda não tem futuro”. Essas sociedades tiveram um êxito muito maior que os inveterados países esquerdistas do subcontinente: Brasil, Argentina e Venezuela. Na América do Sul, dois blocos se formaram. O dos que aderiram ao livre mercado e o dos que insistem na luta de classes e no “distributivismo social”.

Os países andinos tiveram problemas mortais para se livrar da desgraça socialista. O Chile fez a mais sangrenta revolução do subcontinente, o Peru lutou contra o Sendero Luminoso, gerando um êxodo imenso das províncias para Lima, o que terminou sendo uma vantagem para a resolução das carências sociais, e a Colômbia enfrenta até hoje o problema da guerrilha, embora moribunda, a viver do tráfico de cocaína. Mas fizeram a opção certa, a mesma que o Brasil precisa fazer, varrendo o PT do governo, a bem do nosso povo – 60 milhões de pessoas vivendo de “bolsas”, tirando dinheiro da educação, da saúde, da segurança, da infraestrutura. Não é uma política viável. A inimizade com a empresa particular e o agronegócio é ideológica, segura o crescimento do país, lança classe contra classe, separa e divide a sociedade, gera corrupção e desgraça a nação.

A criminalidade acabou em Lima quando uma lei determinou que furtos e roubos acima de 150 soles (R$ 100) dava cadeia de quatro anos, sem redução da pena. Se o criminoso não quisesse ir para o “inferno” da cadeia superlotada, que não se tornasse delinquente. Aqui, é uma luta para diminuir a maioridade penal para 16 anos. É burrice ou o quê? O inventário do PT é de arrepiar: não me refiro à crônica corrupção, aos desfalques, ao presidencialismo oportunista de coalizão, ao aparelhamento do Estado. Refiro-me às obras superfaturadas da Copa, ao dinheiro roubado da Petrobras, a caminho da ruína, às negociatas das refinarias em Pernambuco e Pasadena, às verbas perdidas nas obras de transposição do Rio São Francisco (era para estar pronta em 2010). A Ferrovia Norte-Sul vem desde 2005, está inaugurada por Dilma, mas não tem tráfego. Não há trens. Pode? Pode sim! No governo do PT, pode tudo. Estão roubando os trilhos. O Pronatec forma manicures e cabeleireiros antes que mecânicos e ferramenteiros. O PT é sinônimo – pelos malfeitos na Eletrobrás e Petrobras – da incompetência absoluta, inércia e falta de gestão. Contudo, são os reis da propaganda e do engodo!

O que falta para tirá-los do poder? Diálogo com o povo (que não lê jornal nem assiste debates – além de malfeitos – pela TV). À oposição falta a conversa simples ao “pé do ouvido” nas rádios com uma linguagem adequada. É desesperador. Descobri consternado que o nosso povo, diferentemente dos andinos, é desligado, atordoado, bem mais inculto, apolítico, massa de manobra. É nesse caldo de pouca cultura que o PT firma o seu poder pelo marketing da mentira. Até quando durará esse vai não vai do nosso país, essa indecisão? Vejam bem: a Alemanha e o Japão estavam arrasados em 1946. Mas 40 anos após a guerra ocupavam o segundo e terceiro lugares da economia mundial. Hoje, são a terceira e quarta nações mais desenvolvidas da Terra. A China, a segunda maior economia, começou sua arrancada em 1978. Em 2018, 40 anos depois, terá um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 13 trilhões, nos calcanhares dos Estados Unidos.

Em 20 anos após a estabilização da moeda, o Brasil deu um minúsculo pulo, de 9%. Tornou-se a sétima economia do planeta. Urge tomar definitivamente o rumo do crescimento econômico e social. O PSDB estabilizou a moeda, enfrentou três crises mundiais, preparando o país (oito anos). Em 12, o PT se incumbiu de frear o crescimento com seu socialismo de arranque. Delfim Neto escreveu, semanas atrás, um artigo no jornal Valor Econômico demonstrando que nesse período petista poderíamos ter crescido o dobro do que conseguimos. Lê-lo é importante para desmistificar a propaganda mentirosa do governo Dilma, o período em que o Brasil menos cresceu desde a Proclamação da República.

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