O abismo brasileiro visto do fundo

Vamos parar com esse moralismo extremo, essa politicagem sem limites, essas fofocas sem fim de uma imprensa rastaquera

Estamos imersos na maior crise de nossa história, desde a criação do Estado brasileiro em 1822: crise da União, dos estados e de seus municípios, incluídos os poderes neles existentes, quais sejam o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. A União está afogada num deficit, em 2016, de R$ 140 bilhões , que será reduzido a R$ 130 bilhões por receitas extraordinárias, como a da repatriação. Espera-se, em 2017, algo similar. É possível trazê-lo para R$ 90 bilhões, se os ganhos das privatizações e concessões tiverem êxito, e a reforma da Previdência Social der certo – nos aspectos imediatos – com a negativa de pensões a jovens enviuvadas e trabalhando, um percentual menor nas pensões novas e a proibição de acumulação de aposentadoria e pensão, bem como o controle do Bolsa Família, de gastos sociais e de benefícios em manutenção, tipo auxílio-reclusão e auxílio-doença.

Abismo BrasileiroOs estados e municípios – São Paulo, com deficit a dobrar o da União – não sabem o que fazer para pagar as folhas de pagamento de ativos e inativos, sem mais nada para todas as outras atribuições (ensino médio, segurança pública civil e militar, e saúde). Tudo isso ocorre por falta de planejamento, gastos excessivos, má gestão, queda de arrecadação que levaram à recessão criada pelo PT. As famílias endividadas (49%) não fornecem recursos suficientes para uma retomada do consumo, da produção e do emprego. Nos próximos três anos, atingiremos os níveis de 2012, se tanto.

E o PT se dá ao luxo de preparar greves, inclusive uma geral, boicotar a saúde e incitar a ocupação de escolas e prédios púbicos, que são atos criminosos, a merecer prisão, processo e condenação. Depois de esmagado nas eleições municipais, tornou-se parlapatão a perturbar a vida da Nação. Não sabemos até quando a nossa democracia e a administração pública resistirão à subversão, sem que se decrete o estado de emergência para evitarmos a criminalidade e a anarquia, de modo a enquadrar os baderneiros.

É preciso nos conscientizar de que vivemos em situação de guerra. Com 12 milhões de desempregados, é de se esperar que pelo menos uns 500 mil comecem a tomar pela força o necessário para viver, nos próximos meses, num crescendo.

Nessa hora, lembremo-nos de quanto se gastou mal em obras supérfluas e políticas, exaurindo a Nação. Os petistas desonestos deveriam ser presos, assim como seus aliados, por crimes de lesapátria. O PT, em vez de investir no Brasil em infraestrutura e educação, preferiu gastar em crédito ao consumidor e nas “empresas dos amigos”. Das obras de infraestrutura, um porto em Manaus foi levado pelo Rio Negro e o São Francisco não tem água para ser desviada, além do que lhe tiram para irrigação; as refinarias serviram às empreiteiras e a ferrovia Norte-Sul, haja verba, nunca fica pronta. Gastamos, no entanto, US$ 38 bilhões em Cuba, Angola, Venezuela e “et caterva”.

Mas cuidemos do futuro. É preciso cortar os vencimentos dos funcionários nos três níveis de governo e extinguir os cargos vagos. Quanto aos supersalários do Judiciário, do Executivo e do Legislativo, devem ser cortados por atos do ministro da Fazenda e dos presidentes dos Conselhos Nacionais, da Magistratura e do Ministério Público, em cumprimento da Constituição. Na Justiça Federal, inexistem subsídios superiores aos dos ministros do Supremo Tribunal Federal.

Os estados estão obrigados, pelos seus governadores, a fazer valer o teto da Constituição, art 37, XI: “A remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos ministros do STF, aplicando-se como limite, nos municípios, o subsídio do prefeito, e, nos estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos deputados estaduais e distritais, no âmbito do Poder Legislativo, e o subsídio dos desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos ministros do Supremo, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável esse limite aos membros do Ministério Público, aos procuradores e aos Defensores Públicos”. Simples assim. Mas haverá resistência. O STF deve ser provocado e decidir em definitivo essa irritante questão, respeitados os direitos adquiridos.

E vamos parar com esse moralismo extremo, essa politicagem sem limites, essas fofocas sem fim de uma imprensa rastaquera. Nosso problema é sair do abismo cada vez maior da recessão.

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